O governo Lula mal começou e já sofre ataques de todos os lados, sobretudo da imprensa e da burguesia, como já era de se esperar. Desde a posse é possível observar uma investida intensa contra cada aspecto do governo, desde a política econômica até seus ministros.
É evidente que Alckmin, Marina, Tebet e outros ministros merecem muitas críticas e não deveriam ter assumido esses cargos, uma vez que são inimigos da população. Mas não é disso que se tratam as críticas da burguesia, afinal, esses ministros pertencentes são de seu interesse. O que importa para a imprensa é atacar o governo Lula, não interessa em quem mire para isso.
Um exemplo recente foram os ataques ao ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social. Recentemente o portal de notícias burguês Folha de São Paulo resgatou uma fala do ministro de 2018 onde questionava a veracidade do acontecimento contra Bolsonaro na época, a “fatídica” facada. A Folha ainda deixou implícito que isso se contradizia com as falas do ministro contra as fake news e sua proposta de campanha contra essas, como se fosse uma espécie de hipocrisia de Pimenta.
Ou seja, o portal, na prática, puxa um argumento completamente bolsonarista da gaveta. Além de ressuscitar o caso da facada, já questionado por muitos desde a época, também incita um lado defensor de Bolsonaro da população, afirmando que o ministro de Lula, apesar de falar contra as notícias falsas, já defendeu uma.
Mas Pimenta não foi o único atacado. Daniela Carneiro, ministra do Turismo, é um dos alvos recentes por sua suposta ligação com um miliciano denunciado na CPI das milícias de Marcelo Freixo. A ligação seria que alguns familiares do miliciano, acusado de homicídio e outros crimes, incluindo ele mesmo, apoiaram Carneiro. Independentemente de tudo isso, o fator que realmente importa é que o principal alvo não é Carneiro, mas sim Lula — o objetivo não é associar miliciais ou o que quer que o valha a uma ministra qualquer, ainda mais de direita, mas sim, mesmo que de maneira ilógica, a Lula.
Além disso, a imprensa também faz questão de atacar o governo Lula como um todo, dando indicações de que este não é capaz de cuidar da situação por conta do estrago feito por Bolsonaro nos últimos anos. Tanto do lado econômico quanto social, a burguesia afirma que o governo não tem tempo para “farras” como a festa de posse e outros eventos que possam ser promovidos, e que precisa começar a trabalhar logo e “direito”.
Já era esperado que diversos ataques fossem ser feitos ao governo Lula, eles aconteciam mesmo quando o presidente não estava no governo, portanto é evidente que se intensificariam agora que ele está. O Globo, Estadão, Folha de SP, UoI — todos esses e muitos outros veículos da imprensa golpista irão se unir e formar um grande aparato para intensificar ainda mais os ataques a Lula, indispondo a ala ainda existente do bolsonarismo na população e atiçando ainda mais os setores confusos da pequena burguesia esquerdista para irem à direita.
Dos ministros às políticas sociais, os próximos anos não serão fáceis para Lula e cabe ao povo tentar evitar essa situação, fazendo uma camada protetora em torno do governo contra a burguesia e a imprensa.