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A Copel é do povo

A história dos ataques da burguesia à Copel

O governo bolsonarista de Ratinho Júnior no Paraná segue com o desmanche neoliberal rumo a entrega da Copel ao capital vadio

A onda de privatizações (liquidações e entregas de empresas estratégicas) no Brasil começa justamente na transição democrática burguesa, isto é, entre o final da ditadura militar e a promulgação da Constituição de 1988. Nesse momento, a burguesia começa a elaborar seus planos de como se “livrarem” de empresas e bancos públicos na esfera estadual e federal.

O resultado das eleições de 1989 à presidência da república e a dos Estados regionais pelo País deram a largada para o início do desmanche estatal na união e em vários Estados da federação. Fernando Collor de Mello, quando assume a presidência em 1990, inicia a sangria das privatizações de várias empresas estatais e Álvaro Dias, no governo do Paraná, deixa sua marca de saída em 1990 com o decreto do fim das atividades do Badep (Banco de Desenvolvimento do Paraná).

No intervalo da derrubada de Collor e o início do governo FHC (1992-94), assim como na fase da gestão do governador Roberto Requião/Mário Pereira (1991-94). ocorreu um intervalo de uma certa “acomodação” para a seguinte fase mais brutal da destruição neoliberal, sob a batuta dos governos FHC e Jaime Lerner no governo do Paraná a partir de 1995.

Foi durante a década de 1990, em grande medida a partir de meados desse período, com muito maior intensidade, que o desmanche neoliberal se impôs com agressividade no país e no Paraná. As políticas de privatização e terceirização dos serviços públicos, combinadas com uma série de fechamento de instituições do Estado, impulsionaram a implantação de um modelo rigoroso de ajuste fiscal, com perdas de investimento em políticas públicas sociais e de infraestrutura. O ápice desse processo no Paraná ocorreu em 2001 com a tentativa de venda da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

Naquele período, para defender a Copel da sua destruição enquanto empresa pública de energia elétrica, foi criado o Fórum Popular Contra a Venda da Copel com mais de 138 mil assinaturas. Mesmo com toda a pressão, o texto, que pedia que a privatização da Copel fosse autorizada, foi derrubado na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) por apenas um voto; 27×26. Juntamente com as milhares de assinaturas contra esse desmanche privatista, cerca de 100 ações na justiça foram registradas. Mesmo com todo esse movimento, o governo neoliberal não perdeu o ímpeto em desmantelar a empresa pública ao pretender entregá-la ao capital privado.

O governo neoliberal de Lerner já havia obtido sucesso na entrega do Banestado e já tinha uma experiência na realização de outras atrocidades semelhantes. Desta maneira, foi preciso uma intensa mobilização popular para impedir que a maior empresa pública do Paraná fosse entregue aos especuladores. Mesmo assim, duas tentativas de venda da empresa foram tentadas ainda no final de 2001 sem sucesso. No ano seguinte, período final do seu segundo mandato, o governo Lerner anunciou a desistência da venda da Copel.

Pouco mais de duas décadas depois da tentativa de entrega da Copel aos especuladores, o governo ultraliberal de Ratinho Júnior retoma a saga privatista na direção do desmanche do setor público. Nesse momento crucial da economia nacional, com desemprego em massa e miséria abundante, os serviços públicos tem um papel ainda mais importante para assegurar melhores condições à população.

Essa situação de perigo iminente, da entrega da empresa mais importante do Paraná, colocou as centrais sindicais em movimento. Na última sexta-feira (26), quatro centrais sindicais do Paraná, representando mais 519 sindicatos de trabalhadores rurais e urbanos, estiveram reunidos com representantes da Frente Popular em Defesa da COPEL Pública, a FDCP.

O objetivo foi planejar a realização de sete audiências públicas nas várias regiões do Paraná, destinadas a informar e a impedir a tentativa do governo estadual de vender o controle acionário da maior companhia do estado do Paraná, que lucra 5 bilhões por ano desde 2019. A primeira delas, a ser realizada na quinta-feira (01/06), será em Francisco Beltrão, na região sudoeste do Estado.

A questão principal no que diz respeito a essa mobilização tem a ver com até onde as centrais sindicais estarão dispostas a organizar as bases populares para uma grande mobilização. As audiências públicas têm a sua importância, porém, não podem estar limitadas a determinados espaços de discussão. As centrais sindicais irão disponibilizar toda a sua infraestrutura de mobilização a serviço dessa luta, afim de impor uma derrota popular ao governo? É preciso colocar o movimento de derrubada desse e de outros projetos antipopulares nas ruas de maneira ampla, contra essa e outras ações do governo bolsonarista de Ratinho Júnior.

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