Mesmo vencendo o Resende por 2 a 0, Botafogo continua apresentando um futebol ruim e pode ficar fora da Copa do Brasil de 2024
A crise de John Textor no Botafogo só faz aumentar. O empresário que controla 90% do futebol do clube alvinegro desativou sua conta no Twitter após a vitória do time contra o Resende, pelo Campeonato Carioca, neste domingo, 5. Mesmo com a vitória por 2 a 0, o Botafogo não teve uma boa atuação, sofrendo para criar jogadas ofensivas e dependendo dos jogadores vindo da base — como Matheus Nascimento, que fez boa atuação, marcando gol e dando assistência de calcanhar.
Textor já havia denunciado ao Financial Times que havia sido ameaçado pela transferência do ponta Jeffinho, um dos melhores do Botafogo em 2022, para o francês Olympique Lyonnais (OL), outro clube pertencente ao empresário. Ele alegou que teve de mudar de número. Agora, diante dos tropeços do Botafogo no Campeonato Carioca, existe a possibilidade do clube não passar às semifinais do estadual — e, ainda, ficar fora da Copa de Brasil de 2024.
Claramente, o nível do Botafogo decaiu muito entre o final do ano passado e agora. Isso porque, além de lesões, alguns dos principais jogadores do setor ofensivo foram para outros clubes. Assim, o clube carioca ainda tem uma boa base defensiva, mas têm dificuldades para marcar gols. O time foi desmontado, e não melhorado, como prometeu Textor à torcida. O empresário havia prometido seis reforços para o time titular. Após vender Jeffinho, falou na aquisição de dez jogadores. E, até agora, nada.
Entre torcedores, aumenta a preocupação do time se tornar apenas um clube satélite para o principal investimento de Textor, o Lyon da França. Por isso, inclusive, acredita-se que tenha trazido o técnico português Luis Castro, que na Europa tinha fama por ter desenvolvido bem a base do Porto. Desenvolver os garotos para enviá-los ao OL, por mais que o esquema do Botafogo fique deficiente.
Esta semana, o diretor das categorias de base do Lyon, Jean-François Vulliez, visitou o Brasil e acompanhou no CT Pelé os jogos-treino entre Resende e Botafogo nas categorias sub-15 e sub-17. Enquanto o Resende já tem uma “parceria” com o Lyon, o Botafogo foi comprado pelo mesmo dono do clube francês. A vinda do diretor das categorias de base do Lyon é mais um indício que Textor montou uma grande estrutura no Brasil — o maior celeiro de craques no mundo — para sustentar o clube francês. As joias novas, mais ou menos lapidadas, aqui do Brasil irão jogar no clube “principal” em detrimento dos clubes nacionais. Esse parece ser o mesmo esquema da compra do Bahia pelo Grupo City (cujo principal time é o Manchester City). É a dominação do imperialismo sobre o futebol nacional.