No dia 8 de novembro, uma operação da Polícia Federal em colaboração com o Mossad, serviço de inteligência israelense, levou à prisão duas pessoas acusadas de planejarem “atentados terroristas” contra a comunidade judaica no Brasil. A operação ainda acusou os dois suspeitos de serem ligados ao Hesbolá, organização política libanesa que possui um exército paramilitar.
A operação não diz nada sobre o Hesbolá – afinal, ela merece tanta credibilidade quanto a “armação”, nas palavras do presidente Lula, feita para “limpar a imagem” do senador Sérgio Moro (União Brasil-SP). No entanto, ela diz muito sobre o Mossad e como ele está atuando no Brasil.
O fato é dá mais alta gravidade. O Estado brasileiro veio a público revelar que age sob o comando do serviço de inteligência – leia-se, de espionagem – de um país que está, neste momento, cometendo uma série de crimes de guerra. A partir do momento em que há essa confissão, é preciso desconfiar não que o Hesbolá esteja planejando atacar o Brasil, mas sim que agentes sionistas estão infiltrados em todo o Brasil.
Agora que o ministro da Justiça, o senhor Flávio Dino, se revelou como um “parceiro” do Mossad, cabe perguntar: o ministério da Justiça até hoje não se pronunciou sobre os crimes de guerra de Israel por uma mera divergência ideológica ou porque está diretamente pressionado pelo Mossad? E a imprensa capitalista, defende com tanta ênfase os israelenses e espalha mentiras por um interesse próprio ou porque seus editores estão em contato com os agentes do Mossad no Brasil?
A participação do Mossad na prisão de brasileiros põe qualquer defesa de Israel sob suspeita. Levanta a dúvida, inclusive, se há algum apoio genuíno de Israel no Brasil ou se todos os mais ardentes defensores do sionismo não estão sendo chantageadas, pagos ou no mínimo influenciados pelos agentes israelenses.
Essa situação torna tudo ainda mais vergonhoso para os setores de esquerda que estão, neste momento, reproduzindo os ataques do sionismo ao Hamas e às organizações armadas palestinas. Ao tomar essa posição, estão não apenas em frente única com a Rede Globo, mas agora, também, com a Polícia Federal e o Mossad. Atacar o Hamas, neste momento, não é favorecer a paz, mas sim tomar partido ao lado de Israel, um Estado tão criminoso e poderoso que está se infiltrando no próprio Estado brasileiro.
A participação do Mossad no caso é também preocupante porque demonstra que a Polícia está infiltrada pelo sionismo. E, neste momento, já há vários pedidos para que a polícia investigue militantes e dirigentes do Partido da Causa Operária (PCO) por seu apoio aos movimentos armados. O apoio do Mossad mostra que, por mais escabrosos que sejam os processos, eles poderão causar a prisão de algum membro do Partido, visto que a polícia, que será responsável pelas investigações, “está com o Mossad”.
A posição anti-Hamas neste momento, portanto, é uma frente única com a extrema-direita sionista e bolsonarista brasileira, bem como com o serviço secreto israelense, na luta contra os mártires palestinos. Não há posição mais reacionária possível.