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22, 23 e 24 de agosto

A Cúpula dos BRICS será um marco na união dos povos

Na próxima reunião na África do Sul dezenas de países participarão e devem aderir formalmente ao bloco das nações oprimidas, desafiando abertamente a ditadura do imperialismo

A Cúpula dos BRICS se aproxima, será um dos eventos mais importantes do ano. Nos dia 22, 23 e 24 na cidade de Joanesburgo se reunirão representantes de nações oprimidas de todo o mundo. O bloco foi fundado com os quatro grandes países oprimidos, Brasil, Rússia, Índia e China e teve a rápida adesão da África do Sul. Contudo, essa cúpula será histórica, pois será um marco de um enorme crescimento, dezenas de países já declararam interesse em participar. Não só isso como o bloco, que já tem um banco (presidido pela ex presidenta Dilma), deve expandir ainda mais sua estrutura.

A crise do imperialismo, que se acentuou com a derrota dos EUA no Afeganistão e da OTAN na Ucrânia, está gerando um levante de todos os países oprimidos. Uma expressão disso é o fortalecimento dos BRICS. A Rússia e a China, que compõe o bloco, estão na linha de frente dos confrontos com o imperialismo e as demais nações tendem a se aglutinar em torno deles. Com a chegada de Lula ao poder no Brasil isso se fortaleceu ainda mais. O Brasil é possivelmente o mais importante país no que tange a diplomacia, principalmente com o governo do PT. Sendo um bloco inicialmente sem características militares a presença do Brasil é importantíssima. 

Já são mais de 40 países que demonstraram interesse em adentrar o bloco, dentre esses 22 mandaram pedidos formais, são eles: Argélia, Argentina, Barém, Bangladeche, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Egito, Etiópia, Honduras, Indonésia, Irã, Cazaquistão, Cuaite, Marrocos, Nigéria, Palestina, Arábia Saudita, Senegal, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Vietnã. Alguns desses já participaram das reuniões prévias na África do Sul esse ano. São países de todos os continentes com exceção da Europa. Uma demonstração de que em todo o planeta há uma tendência de unificação contra o domínio do imperialismo. O Banco dos BRICS por sua vez já teve a sua composição ampliada, além dos cinco BRICS originais, jã são membros Bangladeche, Egito, Emirados Árabes Unidos e o Uruguai. 

A imprensa imperialista já está jogando tinta na Cúpula, tal qual fizeram com a Cúpula Rússia-África que aconteceu no final de julho. O presidente Putin já afirmou que não participará presencialmente, provavelmente devido a questões de segurança da Rússia, que está em guerra com a OTAN. Após essa notícia começaram a se espalhar boatos de que Modi, primeiro-ministro da Índia, não participaria. A imprensa também divulgou que Brasil e Índia estariam contra a expansão do bloco, algo que foi desmentido por membros do governo dos dois países. 

A Índia é o foco da pressão anti-BRICS. A Rússia e a China claramente estão encabeçando o bloco com seus governos estáveis nos últimos anos. O Brasil sempre foi uma peça chave mas ficou afastado com o golpe de 2016 e agora voltou. A África do Sul está presidindo o evento e portanto não pode ser divulgada como anti-BRICS. A imprensa portanto se volta para a Índia pois ela teria uma antiga rivalidade com a China e também pois não há grandes conflitos aparentes do país com o imperialismo nos dias de hoje. 

Mas nada indica que a Índia esteja alinhada ao imperialismo, inclusive o ministro das relações exteriores fez questão de desmentira as acusações. “Vimos algumas especulações em base nenhuma de que a Índia tem reservas em relação à expansão dos BRICS. Isso simplesmente não é verdade”. O caso da Índia é interessante pois demonstra o quão grave é a crise do imperialismo. O país não é governada por uma esquerda nacionalista, Modi é muito conservador. Mas mesmo assim tende a se afastar do imperialismo. E esse é o caso de muitos outros como a Arábia Saudita, o Egito e o Uruguai. 

A expansão dos BRICS, sem uma grande onda revolucionária no mundo, mostra o quão grave é a crise do imperialismo. Para se ter uma ideia o mais esquerdista dos presidentes do bloco é o próprio Lula, que todos sabem está longe de ser um revolucionário. Alguns poucos são mais radicais que Lula como a Venezuela de Maduro ou o governo do Irã, no quesito do nacionalismo. Isso significa que com uma mudança na situação política, uma nova onda de mobilizações que impulsione todos os governos a esquerda esse novo bloco pode cumprir um papel de linha de frente na luta dos povos oprimidos, e é isso que assusta o imperialismo. 

E para além disso já há o estrago sendo feito atualmente. A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, Banco dos BRICS), Dilma Rousseff, esteve em São Petersburgo no final de julho para conversar com o presidente Vladimir Putin. Ela fez questão de atacar o dólar: “Nas condições atuais (desenvolver o NBD), não é fácil fazê-lo, dado o desenvolvimento nas finanças globais e o uso do dólar como arma política.” O Banco dos BRICS em conjunto à política geral do abandono do dólar será um duro golpe contra o FMI e todo o sistema de Breton Woods.

Se a viagem de Lula para a China já foi um grande estardalhaço na imprensa brasileira e internacional é difícil medir o impacto do que será essa Cúpula dos BRICS. O ministro das relações exteriores já confirmou a presença de 34 países e negou o “autoconvite” de Macron. O evento ainda acontecerá na África do Sul em meio ao atual levante dos povos do Sahel que tende a instigar todos os países do continente a se levantar contra seus algozes. A cúpula dos BRICS deve marcar mais uma etapa da crise terminal do imperialismo.

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