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Militares golpistas

A crise com os militares: barrar a ofensiva do golpe

Depois de se reunir com os militares e com Lula, Múcio contradisse política do PT, indicando grave crise política

Recentemente, Lula demitiu o comandante do Exército, que é um dos três comandantes das Forças Armadas, Júlio César de Arruda. O estopim foi o anúncio de que ele indicaria o bolsonarista e tenente-coronel Barbosa Cid como comandante das tropas na região de Cuiabá, que é uma região estratégica para se dar um golpe de Estado.

Tal notícia é uma surpresa, porque, no dia anterior, o governo se reuniu com os militares, com a presença do próprio Lula, e o ministro da Defesa, pouco depois, havia anunciado que os militares não tinham qualquer envolvimento nos acontecimentos de 8 de janeiro.

Aparentemente, por ter vindo logo após uma reunião do governo, a cínica declaração teria o aval de Lula – o que, no entanto, acabou não se confirmando. O quadro é de uma completa confusão política: aparentemente, Lula era contra a tese de que os militares não tinham nada a ver com as manifestações bolsonaristas; ele mesmo disse que os militares foram complacentes, que deixaram os manifestantes saírem dos acampamentos para não serem presos; depois, do nada, aparece o Múcio dizendo que os militares não tinham ligação com os acontecimentos e não dá para saber o que pensar. Até o anúncio da demissão do comandante do Exército, parecia que tudo tinha se normalizado, com a mais vergonhosa e irrestrita capitulação do PT ante os militares.

Quando, subitamente, o presidente decide demitir o general Júlio César do Comando do Exército. Para a imprensa, a explicação para a demissão seria a seguinte: o general estaria indicando para o comando das forças militares em Cuiabá uma pessoa que era um militar ajudante direto de Bolsonaro. No lugar, colocou o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que fez todo um discurso legalista, defendendo o resultado das urnas, defendendo a disciplina das tropas, comparando o “terremoto político” pelo qual o país passa ao terremoto o qual o Haiti enfrentou, em que morreram militares brasileiros, etc.

Ocorre que, tirando a questão do resultado das urnas, todo resto do discurso se volta, unicamente, à coesão interna do Exército. E que o cidadão indicado foi ajudante de  ordens do Fernando Henrique Cardoso, isto é, trata-se de um general tucano: não de um general que gostaria de dar um golpe, mas de um general que já deu um golpe em 2016. O golpismo bolsonarista não deu em nada, enquanto o golpismo do PSDB jogou o país na miséria, rifou os direitos dos trabalhadores e abriu um enorme retrocesso na vida política nacional.

Além disso, apesar dos esforços do PT, é preciso indicar que as relações entre Lula e os militares estão se deteriorando rapidamente. Por exemplo, a indicação do tenente-coronel Barbosa Cid por parte do comandante do Exército se deu logo após essa reunião – o que significa que o comandante Júlio César não deu a menor importância para os problemas que Lula estava colocando. Ele fazer isso logo após uma reunião com o Lula indica que as relações entre o petista e a cúpula das Forças Armadas estão péssimas. Trata-se de uma crise muito aguda.

Nesse sentido, é importante ressaltar o perigo que o excesso de otimismo do PT representa. Não é simples debelar um golpe de Estado e, ao indicar o tenente coronel bolsonarista para comandar as tropas de Cuiabá, tem-se um indício claro de que há uma movimentação em curso nesse sentido.

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