Seleção Brasileira

A admiração do escrete de 1974 pelo Rei Pelé

"Dez anos jogando juntos, e contra, e aprendi a desenvolver a arte de jogar futebol"

 Em 1974, a Copa do Mundo foi realizada na Alemanha Ocidental, a seleção brasileira terminou o torneio no quarto lugar, após uma derrota para os holandeses por dois a zero, partida em que nossa seleção sofreu uma intensa perseguição, em um jogo que é considerado por muitos como o mais violento da história, o Brasil sofreu também uma derrota na disputa pelo terceiro lugar contra a Polônia por um a zero.

A equipe brasileira como não poderia deixar de ser contou com diversos craques, dentre eles Rivelino, tricampeão em 70 e ídolo do Corinthians, clube que defendeu por nove anos. Os ídolos palmeirenses Emerson Leão, goleiro, e o meio campo Ademir da Guia, que injustamente atuou em somente uma partida nessa Copa. Outro tricampeão presente foi o ídolo botafoguense Jairzinho, o chamado furacão da Copa, por marcar em todos os seis jogos disputados pelo Brasil no mundial de 1970. 

No comando da equipe brasileira em 74 estava Zagallo, O Velho Lobo, vitorioso como atacante em 58, em 70 como técnico e em 94 como auxiliar técnico de Carlos Alberto Parreira, que em 74 foi preparador físico da seleção. 

O Rei Pelé em 74, recusou-se a jogar pela seleção brasileira, segundo ele próprio em 2013, declarou que naquele momento a insatisfação com a situação política do país, período da ditadura militar, fez com que tomasse essa decisão em protesto. Pelé estava prestes a defender o Cosmos de Nova Iorque, e ainda estava em boa fase. 

No adeus ao Rei, o furacão da Copa de 70, Jairzinho, prestou reverência a Pelé, de quem se considera aluno, alguém que transcendeu o simbolismo da camisa 10, elevando a outro patamar, o jogador que conquistou com o Rei um mundial declarou: “Tenho uma lembrança maravilhosa por ter jogado com ele. Dez anos jogando juntos, e contra, e aprendi a desenvolver a arte de jogar futebol. E ele é um professor, principalmente para mim”.

Zagallo, técnico em 74, atacante em 58, presente no tri e no tetracampeonato da seleção, afirmou que o mundo se despediu do melhor de todos e sobre o Rei publicou: “ Meu maior parceiro se foi e é com esse sorriso que guardarei você comigo. Amigo de tantas histórias, vitórias e títulos e que deixa um legado eterno e inesquecível. A pessoa que parou o mundo diversas vezes. A pessoa que fez da camisa 10 a mais respeitada”.

O atacante que conquistou o mundial em 70 ao lado de Pelé, porém foi seu adversário em diversas ocasiões pelo Corinthians, Roberto Rivellino, prestou também suas homenagens publicando em suas redes sociais: “ O maior jogador do mundo. Não vai existir outro. Obrigado por existir na minha vida. Você não morreu. Você é eterno. A bola está em pranto”.

Também nas redes sociais, César Maluco, atacante em 74 e ídolo palmeirense, mostrou seu pesar pela partida do Rei e o agradeceu por tudo. Outro herói alvi-verde, Ademir da Guia, o Divino, ressaltou a honra de dividir os gramados com Pelé.

Zé Maria, lateral direito em 70 e 74, defendeu também o Corinthians e a Portuguesa, em entrevista lamentou a morte de seu companheiro e rival Pelé: “É imensa a tristeza pela partida do nosso Rei Pelé. Jogador único, mágico, genial, o eterno Rei do Futebol. Que Deus o receba de braços abertos e que conforte sua família, amigos e fãs. Obrigado, Pelé! Descanse em paz, Rei!”

 Luís Pereira, zagueiro em 74, atuou também pelo Palmeiras, Flamengo, Portuguesa e Atlético de Madrid, se emocionou ao lembrar de Pelé: “Antes de tudo, muita tristeza porque Edson Arantes do Nascimento foi uma pessoa que nos deu um conhecimento muito grande, uma pessoa que representou muito bem o Brasil. Uma das pessoas que mais representou, um jogador que conseguiu parar uma guerra na África, que foi jogar num país onde distribuíram cartazes dizendo que era feriado porque queriam ver o Pelé. Uma pessoa dessa sempre vai ficar na lembrança.”

Piazza, ídolo do Cruzeiro, também conviveu com o Pelé tanto como companheiro de equipe quanto adversário, o jogador também se emocionou ao relembrar os tempos em que esteve na presença de Rei: “Pelé foi um anjo da guarda para mim, me aconselhou muito”. 

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