Na quinta-feira (14), o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou três réus pela suposta participação nos atos de 8 de janeiro. No total, a previsão é que mais de 1,3 mil pessoas ainda sejam julgadas pelas manifestações.
Até o momento, o julgamento tem sido profundamente truculento e reacionário. Na noite de quinta, o Supremo condenou Matheus Lima de Carvalho Lázaro, de 24 anos, a 17 anos de prisão. A Corte imputou ao réu os crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Além de Matheus, Thiago de Assis Mathar, de 43 anos, foi condenado a 14 anos de prisão, sendo culpado de cinco crimes durante as invasões que ocorreram no começo do ano. Aécio Lúcio Costa Pereira, o primeiro condenado, de 51 anos, foi condenado a 17 anos de prisão, também sendo acusado de cinco crimes: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Em suma, o que o Supremo está fazendo com as condenações citadas é tornar ilegal manifestações. As pessoas que estão sendo presas, condenadas a penas altíssimas dignas de uma ditadura, estão sendo culpadas por participar de um ato.
No passado, a esquerda já fez centenas de manifestações que resultaram, por exemplo, a algum dano ao patrimônio público. A esquerda já fez centenas de manifestações que culminaram na ocupação e na invasão de algum prédio federal.
Com o precedente que está sendo firmado pelo STF, a Justiça pode muito bem condenar um membro do MST que participou de um ato radicalizado, por exemplo, a décadas na prisão. Infelizmente, ao que tudo indica, a esquerda só acordará quando a repressão chegar aos movimentos sociais e organizações progressistas.