Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Futebol sob ataque

34ª Conferência do PCO define ampliar trabalho com o futebol

Para o PCO, o problema do futebol não é apenas uma questão de entretenimento e lazer. O partido considera o esporte mais popular do mundo como uma questão política

A 34ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), realizada nos dias 8 e 9 de julho, definiu fortalecer o trabalho do partido em relação ao futebol. Nos últimos anos, o partido ampliou o trabalho na área, através da comissão do Zona do Agrião. Além dessa revista mensal e de um programa semanal na Causa Operária TV, a comissão organizou importantes atividades no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) durante a Copa do Mundo de 2022, distribuiu panfletos próprios, entre outras iniciativas.

Nesse sentido, o Zona do Agrião está elaborando uma série de projetos para aumentar a influência do partido em relação ao futebol.

Para deixar claro, para o PCO, o problema do futebol não é apenas uma questão de entretenimento e lazer. O partido considera as questões envolvendo o esporte mais popular do mundo como uma questão política.

O futebol é uma das frentes mais promissoras do partido para unir setores da classe operária, especialmente a juventude pobre. Além de ser o esporte mais popular do mundo, o futebol no Brasil é uma paixão nacional. Ao seu redor, existe um grande trabalho militante. Um trabalho que, mesmo despolitizado, organiza coletivamente a classe operária.

Os torcedores brasileiros fazem vaquinhas para formar clubes de várzea, jogar peladas, organizar caravanas para assistir aos jogos de seus clubes, etc. Em grande medida, a esquerda não compreende o problema da participação das massas no futebol. A direita entende — por isso, faz de tudo para retirar do esporte popular suas características. Por isso também, ataca as torcidas organizadas, que representam o setor mais organizado dos torcedores.

O PCO considera que há uma ampla oportunidade para realizar um trabalho relacionado ao futebol. O partido é a única organização política que possui um trabalho consistente nesse campo. O restante da esquerda se opõe diretamente aos interesses populares, aliando-se à direita na defesa da repressão às torcidas organizadas, atacando a Seleção Brasileira, o futebol nacional e nossos jogadores, como Neymar, entre outros.

A direita, por sua vez, representa os interesses bilionários relacionados ao esporte e ataca categoricamente o futebol brasileiro. Defende a privatização dos clubes de futebol, um dos maiores patrimônios culturais do povo brasileiro; apoia a entrada de técnicos estrangeiros, que descaracterizam o futebol nacional que fez do Brasil a principal potência mundial do esporte, mesmo sendo um país capitalista atrasado, etc.

O fato é que, além do que já foi mencionado, o futebol nacional está sob constante ataque. Os melhores jogadores do país, uma máquina industrial de produzir talentos, estão saindo cada vez mais cedo do Brasil. Ao chegar à Europa, muitas vezes perdem o estilo de jogo brasileiro que os torna os melhores jogadores do mundo. Isso reflete a política neoliberal. O Brasil serve apenas como exportador de jogadores em detrimento dos clubes e campeonatos nacionais, assim como da Seleção Brasileira, que é prejudicada pelo esquema europeu. Na Copa do Mundo, a Seleção Brasileira vem sendo constantemente sabotada com “erros” de arbitragem em jogos decisivos. Os árbitros da FIFA permitem a violência contra os jogadores brasileiros e sempre “interpretam” lances importantes contra o time nacional. Isso resultou na eliminação nas quartas de final das últimas duas Copas (2018 e 2022), quando pênaltis claros a favor do time nacional não foram marcados, enquanto os jogadores eram agredidos pelos jogadores europeus.

Além disso, há uma perseguição às torcidas organizadas e aos torcedores em geral. As torcidas organizadas são alvo de uma intensa repressão estatal: são proibidas de ir aos jogos, suas organizações são banidas e seus líderes são presos. Nos estádios, em alguns lugares como São Paulo, foi estabelecida a torcida única. Em outros estados, o número de baterias, bandeiras, faixas e cartazes é limitado — quando não totalmente proibidos. A liberdade de expressão está sendo cerceada. Rojões e fogos, nem pensar! Muitas vezes, faixas e bandeiras são confiscadas pela polícia. A festa popular está sendo prejudicada.

Há também uma campanha contra a liberdade de expressão nos estádios de futebol. Em nome do combate à homofobia, ao racismo, ao machismo e ao chamado “discurso de ódio”, não se pode mais protestar contra a arbitragem, provocar jogadores e torcedores adversários, etc. Não se pode mais falar… Quem o fizer poderá ser preso e ainda prejudicar seu clube, pois a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), trabalhando contra o futebol nacional, já declarou que os clubes poderão perder pontos em caso de incidentes como esses. Jogadores que protestarem contra a arbitragem também serão punidos, assim como os torcedores.

Para piorar a situação, além da privatização dos clubes, está ocorrendo a privatização do futebol em geral. Os estádios estão sendo substituídos por Arenas. Além do fim das arquibancadas populares, a construção dessas Arenas serve para aumentar a especulação capitalista em torno do futebol. Os ingressos estão cada vez mais caros, e o povo está sendo excluído dos jogos de futebol.

Todos esses fatores denunciam que um dos principais patrimônios da classe operária brasileira, o futebol, está sob intenso ataque. Trata-se de um processo do imperialismo para controlar o futebol mundial. Devido às características históricas que tornaram o Brasil a principal potência do futebol mundial, o futebol brasileiro é o principal alvo do imperialismo. Isso ocorre porque, para o imperialismo, o futebol nacional só é vantajoso como exportador de jogadores. O Brasil é um país capitalista atrasado, portanto, fora do esquema do imperialismo mundial. 

O desenvolvimento e a dominação internacional do futebol brasileiro, em nome do lucro dos especuladores mundiais, devem ser contidos. O Brasil, nesse sentido, representa, no futebol, a luta de todos os países oprimidos contra a dominação imperialista. Em segundo lugar, estão outras potências sul-americanas — mas que estão defasadas há muitas décadas — como Uruguai e Argentina. São esses países, liderados pelos brasileiros, que podem enfrentar a dominação imperialista no futebol. São eles que possuem o melhor futebol do mundo. São eles que podem impedir a exploração europeia não apenas dos países latino-americanos, mas também dos países africanos — cujos melhores jogadores não apenas jogam em clubes do Velho Continente, mas também em suas seleções, impedindo o desenvolvimento do futebol africano.

Por isso, para o PCO, é importante ampliar o trabalho em relação ao futebol. É um problema político internacional de um esporte que envolve mais interesses econômicos do que muitas áreas do próprio setor produtivo. Ignorar a política em relação ao futebol seria, portanto, uma abordagem sectária. Além disso, um partido operário precisa ter uma posição contra os ataques à maior paixão do povo brasileiro.

Dessa forma, foi definido na 34ª Conferência Nacional que a comissão do Zona do Agrião, com a direção do PCO, irá elaborar um programa político oficial sobre o futebol, a ser discutido e aprovado com as devidas alterações no próximo congresso do partido. Além disso, o partido decidiu iniciar um trabalho consistente com o futebol de várzea, que mobiliza milhões de trabalhadores todas as semanas em todo o país.

O partido também organizará a Copa Rei Pelé, em homenagem ao maior brasileiro de todos os tempos, o melhor jogador de futebol da história, que, não por acaso, surgiu no Brasil — e que faleceu no final do ano passado. O formato da competição e seu regulamento ainda estão sendo elaborados, mas deverá servir como uma atividade para reunir a vanguarda da militância política em torno do futebol.

Para finalizar, o partido também decidiu organizar, nas regiões onde está atuando, pelo menos uma vez por mês, alguma atividade relacionada ao futebol. Isso inclui palestras, mas também partidas de futebol seguidas de confraternizações para socializar os militantes e simpatizantes, além de atrair mais pessoas para o partido.

O futebol no Brasil é uma forma de afirmar a identidade nacional. O esporte não é apenas uma atividade esportiva, mas também cultural. Por isso, durante a Universidade de Férias do PCO, que antecedeu a 34ª Conferência, a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) organizou um pequeno campeonato entre os participantes do evento.

O trabalho em torno do futebol é fundamental para combater os ataques ao futebol brasileiro e, assim, derrotar o esquema imperialista que faz de tudo para impedir que a Seleção Brasileira conquiste outro título mundial. O trabalho deve ser consistente e progressivo, para evoluir e influenciar a situação nacional. Somente dessa forma podemos vislumbrar um caminho para que o escrete nacional conquiste a Copa do Mundo em 2026 e traga ao povo brasileiro o tão desejado hexacampeonato.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.