Demissão em massa de trabalhadores terceirizados do aeroporto de Guarulho, em São Paulo, no dia 3 de outubro. Segundo o noticiário do Brasil de Fato, a ação de demissão coletiva foi de um grupo de trabalhadores que reivindicava o uso de celulares no expediente. Após paralisação, as empresas WFS Orbital, a Assi e a Dnata com o apoio do Estado, trataram os seus funcionários, ou seja, os trabalhadores como criminosos, por estarem protestando.
Medida assinada há cinco meses por Mario de Marco Rodrigues de Sousa, delegado da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, é uma suposta medida de combate ao crime. A guerra às drogas é a justificativa para reprimir os direitos dos trabalhadores e a fundamentação dessa ação de proibição dos celulares se deve ao fato de duas brasileiras que tiveram suas etiquetas trocadas, ao qual a mala que as mesmas carregavam estava repleta de cocaína.
Tanto a Receita Federal como a GRU Airport extrapolam as leis trabalhistas ao bel prazer para fazer cumprir as ordens das iniciativas privadas que se responsabilizaram pelo contrato com o aeroporto.
A manifestação ocorreu às 4 horas da manhã, quando um grupo de funcionários das áreas de carga e descarga dos terminais cruzaram os braços. A ação durou até 0 h e afetou mais de uma centena de voos.
“Querem calar a gente que é trabalhador.”
“Somos trabalhadores e não bandidos, liberem o celular”,
“Estamos sendo coagidos, perseguidos e humilhados”,
“Hoje a Receita Federal e a Polícia Federal estão proibindo o uso de celular no pátio de manobra. Eles vêm e dizem ‘eu posso usar o celular porque sou Receita. Eu posso usar porque sou Federal. Mas você não pode’”,
“Fui demitida por justa causa, injustamente, sou membro da CIPA, no exercício do meu mandato, e represento milhares de trabalhadores. Fomos coagidos por lutar por direitos e não somos atendidos em nada, em pleno século 21”
“Quero justiça para mim e para os trabalhadores do Brasil que com muito suor contribuem para o crescimento do país”
“Estão fazendo isso para amedrontar os que ainda estão lá dentro. Querem calar os trabalhadores”.
“O gerente me chamou na sala junto com o supervisor e, segundo ele, não era a empresa ou a pessoa dele que estava demitindo, mas que nas imagens da manifestação reconhecem as pessoas e era justa causa. Foi mais ou menos assim. E nosso direito de manifestar fica onde?”
“Você sai de férias e em uma semana é mandada embora por um ato em que nem participou”.
Essas falas ressaltam o grau de compromisso que as empresas envolvidas na terceirização têm com os tralhadores, ou seja, nenhum compromisso. Arranjaram um motivo para demitir 300 funcionários se baseando em ação local que fere os direitos dos trabalhadores que lhe é garantido o direito de greve, de livre manifestação e de organização.
Essa pressão toda em cima do movimento mais agitado é para servir como exemplo de perseguição aos demais camaradas que estão dentro do quadro de trabalho para que se os mesmos saírem da “linha” terão o mesmo final, que é a demissão por justa causa.
Isso antes de tudo é uma afronta aos trabalhadores e quem está dentro deve parar imediatamente as atividades, convocar uma assembleia dos trabalhadores e organizar o comando de greve para pressionar os patrões a readmitir todos os funcionários demitidos por essa ingerência local.
O real motivo das demissões são para maximizar os lucros da empresa, que prestará serviço ainda pior do que o já contratado, para patrocinar em grande medida um trabalho baleado, surripiado pelos contratos, que paga muito menos do que deveria e a aumenta a carga de trabalho ainda mais.
Não às demissões e pela reestatização dos aeroportos, para barrar o processo de privatização generalizado implantado pelos governos golpistas da direita, extrema-direita.