Rui no 247

247: Rui Pimenta rebate pensamentos equivocados sobre a crise

Presidente do PCO comentou sobre os acontecimento do último domingo (08/01) em Brasília

Os episódios que aconteceram no último domingo em Brasília, nos quais vários apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) seguem sendo os principais assuntos dessa semana, assim como as suas consequências. Depois da ação, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou o afastamento do governador Ibaneis Rocha por 90 dias, além de ordenar a prisão do ex-chefe da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, e do ex-secretário de segurança pública, Anderson Torres, que já foi ministro da Justiça de Bolsonaro. Outros detalhes que chamaram a atenção em torno do acontecimento foram a falta de ação dos aparatos de segurança e informações de que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) recebeu um alerta da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Diante da gravidade e importância desse cenário, a situação foi o tema principal da entrevista de Rui Costa Pimenta ao jornalista Leonardo Attuch na TV 247.

Logo no início, o panorama político nacional já foi abordado: ˜Acho que temos que examinar bem o que aconteceu no domingo. Na minha opinião tem que ter uma compreensão bem precisa. Eu vi que algumas pessoas falaram que aquilo foi uma tentativa de golpe de Estado, eu não concordo com isso. Se aquilo lá foi um golpe de Estado, então, nós podemos ficar tranquilos, porque os bolsonaristas nunca vão conseguir dar um golpe de Estado no Brasil. Aquilo foi uma espécie de pastelão ao estilo do baixo clero bolsonarista e tudo mais. Agora, o que é preocupante é que, diferente das outras manifestações bolsonaristas que estavam acontecendo, essa manifestação tinha uma intencionalidade, que era atingir o governo do PT, o governo Lula. E essa intencionalidade não era dada pelos organizadores da manifestação bolsonarista, a intencionalidade era dada de fora. Isso fica claro numa série de indícios. Houve uma tentativa de, realmente, desfechar um tiro contra o governo do PT, de enfraquecer o governo do PT e impulsionar a oposição política ao governo. Na minha opinião, tudo isso veio de dentro dos quartéis e não de gente da base militar, veio dos altos comandos militares. A presença nas manifestações de coronéis do Exército, coronéis da Aeronáutica, a maneira como os órgãos de segurança deixaram passar a coisa com a maior tranquilidade, tudo isso indica que foi um ataque consciente contra o governo Lula e isso surtiu efeito, abriu uma crise política nacional, nós estamos atravessando uma crise˜.

Rui também explicou porque não considera o episódio como uma tentativa de golpe: ˜Eu fiquei preocupado com as notícias que diziam que o Lula iria decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), seria um erro catastrófico dele, mas não seria um golpe militar. Os militares adquiririam uma posição de força dentro do governo, logicamente, se ele fizesse isso. Ele, simplesmente, percebeu o perigo e se afastou dessa política. Mas isso não era um golpe militar, não era o princípio de um golpe militar. Se fosse o princípio de um golpe militar, a gente ia ver muitas outras coisas acontecerem. Isso, na realidade, foi uma movimentação para criar uma crise, para impugnar o governo do PT diante da opinião pública em geral. Na minha opinião, o perigo em que isso implica é que uma sequência de ações dessa natureza ou parecidas com essas podem desestabilizar o governo˜.

Além disso, Rui explicou a verdadeira intenção dos militares diante dos recentes acontecimentos: ˜A intenção dos militares é desestabilizar o governo, chegar num ponto em que o governo do PT não consiga governar e aí se forme um consenso no interior da classe dominante de que tem tirar o governo do PT, porque ele é incapaz de governar˜. Ele ainda continuou afirmando: O PT não saiu fortalecido, ele saiu enfraquecido. O pessoal não consegue ver isso daí. Em oito dias, o governo conseguiu permitir que o pessoal invadisse a Praça dos Tres Poderes. Foi um sinal de fraqueza muito grande. Vou dizer mais, toda essa conversa de que as instituições estão reagindo é uma conversa sem realismo. A reação foi pífia˜.

O presidente nacional do PCO falou sobre o afastamento do governador do Distrito Federal, assim como da ordem de prisão contra Anderson Torres: ˜Não vai acontecer nada. O Ibaneis vai voltar e esse cidadão (Anderson Torres) se abrirem um processo contra ele, se conseguirem apresentar evidencias de que ele fez alguma coisa, o que é de se duvidar, isso vai se arrastar durante um tempão, tanto que ele falou que está voltando. O caso da reação institucional é o seguinte, o governo Lula não poderia ter permitido que isso acontecesse de jeito nenhum. O ministro da Justiça, o famoso Flávio Dino, tinha sob o controle dele a Força Nacional de Segurança, a grande pergunta é: por que ele não cerco a Praça dos Três Poderes com a Força Nacional de Segurança e falou que lá ninguém entrava? Sabendo que havia ameaça de ocupar os três prédios˜.

A participação do companheiro Rui na TV 247 pode ser vista na íntegra a partir do endereço a seguir:

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