No dia 22 de agosto de 1962, em Paris, ocorreu uma das mais famosas tentativas de assassinato na França: um ataque à vida do então Presidente Charles de Gaulle. O evento marca uma retaliação de parte da burguesia francesa contra o Presidente que aceitou a independência argelina.
O então general de Gaulle chegou ao poder na França no ano de 1958, durante o período de conflitos armados na Argélia, onde o povo lutava contra a imposição da opressão colonial pela França. De Gaulle, dessa forma, entendeu que a situação na Argélia não continuaria sob o controle francês.
Vendo o povo argelino marchar em direção à vitória, tomou a iniciativa de aceitar a independência. Contudo, ainda demorou mais quatro anos para convencer seus partidários que a independência argelina era a melhor saída para a situação.
No entanto, grupos como Organisation Armée Secrète (OAS), um grupo paramilitar que fazia o “trabalho sujo” para a burguesia francesa, não aceitou bem a independência argelina e orquestrou um atentado contra o presidente.
No dia 22 de agosto de 1962, no subúrbio de Paris, o plano foi posto em execução. O tenente-coronel das Forças Armadas Francesas, Jean-Marie Bastien-Thiry, membro da OAS, abriu fogo contra o veículo Citroen DS que transportava De Gaulle e sua esposa de Paris até uma residência pessoal do Presidente.
O ataque não foi bem sucedido e De Gaulle saiu vivo da operação. Thiry foi preso, sendo condenado à morte, posto diante de um pelotão de fuzilamento e executado em março de 1963. Essa foi a última pessoa a ser executada dessa forma na França.
Um dado cultural é que essa tentativa de assassinato serviu de inspiração para a obra literária “O dia do Chacal”, do escritor britânico Frederick Forsyth. Recentemente, Forsyth assumiu que esteve sob ordens do MI6, agência britânica de espionagem. Esse relato estará para presente sempre em sua biografia.