Alvo do identitárismo

21/06/1839 – Nascimento de Machado de Assis

É necessário defender nossa história, nossas realizações e nossa cultura. Por fim, Joaquim Maria Machado de Assis é atacado por seu negro e brasileiro!

Há 184 anos, nascia o maior escritor brasileiro, Joaquim Maria Machado de Assis. Autor de diversas obras como Memória póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Esaú e Jacó, entre outras. Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro, capital do Império, no dia 21 de junho de 1839. Sua vida foi muito complicada no início, devido à sua cor de pele, já que a escravidão fora abolida somente em 1888, ou seja, 49 anos após seu nascimento. Machado era de origem humilde, filho de um pintor, seu pai: Francisco José de Assis e sua mãe: Maria Leopoldina Da Câmara Machado, lavadeira. Ambos eram escravos alforriados.

Como nunca frequentou escolas públicas ou universidades, sobrou apenas uma escola restrita às meninas, graças à madrasta que trabalhava no colégio como confeiteira. Na adolescência, com 15 anos, conheceu Francisco De Paulo Brito, dono de livraria, jornal e tipografia. No dia 12 de janeiro de 1855 iniciava a carreira literária do grande escritor, pois seu benfeitor, Francisco, publicou o seu poema: “Ela”, este que fez sucesso entre os leitores. No ano seguinte foi contratado como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, onde foi incentivado como redator por Manuel Antônio de Almeida, diretor do jornal e romancista, Francisco Otaviano, jornalista e depois senador liberal e Quintino Bocaiúva, que anos depois ficou conhecido como orador republicano. Por ganhar pouco, passou algumas dificuldades financeiras, porém foi uma época de grande desenvolvimento intelectual, além de fazer muitos contatos, foi neste período que conheceu outro grande escritor brasileiro, o romancista José De Alencar, responsável por apresentar-lhe à literatura inglesa, que influenciou as obras posteriores de Machado de Assis.

Após se consolidar na burocracia do Império, Machado, iniciou sua vasta produção literária, no qual o gênero de maior sucesso foi o realismo. Através de seus livros, Machado realizava uma crítica a sociedade em que vivia, explorando o período histórico, a cultura, os costumes etc. Apesar da enorme contribuição à literatura brasileira, Machado de Assis não escapou da inquisição identitária, seu grande crime seria não denunciar à situação do negro na época em que vivia. Segundo os padres do identitarismo, esse crime é imperdoável e serve para desvalidar todas as suas obras, entrou na lista de impuros como Monteiro Lobato e cia. Evidentemente se trata de uma campanha contra a história do Brasil, inclusive à nossa cultura. Essa campanha além de sórdida é falsificadora, pois apresenta o Brasil como um país nazista, porém esse país nazista permitiu não só Machado de Assis, como outras figuras negras a cravarem seus nomes na nossa história e na nossa cultura. É necessário defender nossa história, nossos feitos e nossa cultura, finalmente, Joaquim Maria Machado de Assis é atacado por ser negro e brasileiro!

Há 184 anos, nascia o maior escritor brasileiro, Joaquim Maria Machado de Assis. Autor de diversas obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba”, “Esaú e Jacó”, entre outras, Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, capital do Império, em 21 de junho de 1839. Sua vida foi muito complicada no início, devido à cor de sua pele, uma vez que a escravidão só foi abolida em 1888, ou seja, 49 anos após seu nascimento. Machado era de origem humilde, filho de um pintor, seu pai Francisco José de Assis, e sua mãe Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira. Ambos eram escravos alforriados.

Como nunca frequentou escolas públicas ou universidades, restou apenas uma escola restrita às meninas, graças à madrasta que trabalhava como confeiteira nesse colégio. Na adolescência, aos 15 anos, conheceu Francisco de Paulo Brito, dono de uma livraria, jornal e tipografia. Em 12 de janeiro de 1855, iniciou sua carreira literária, pois seu benfeitor Francisco publicou seu poema “Ela”, que fez sucesso entre os leitores. No ano seguinte, foi contratado como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, onde foi incentivado como redator por Manuel Antônio de Almeida, diretor do jornal e romancista, Francisco Otaviano, jornalista e posteriormente senador liberal, e Quintino Bocaiúva, que anos depois ficou conhecido como orador republicano. Esse foi um período de grande desenvolvimento intelectual, além de fazer muitos contatos. Foi nessa época que conheceu outro grande escritor brasileiro, o romancista José de Alencar, responsável por introduzi-lo à literatura inglesa, que influenciou suas obras posteriores.

Após se consolidar na burocracia do Império, Machado iniciou sua vasta produção literária, sendo o gênero de maior sucesso o realismo. Por meio de seus livros, Machado realizava críticas à sociedade em que vivia, explorando o período histórico, a cultura, os costumes, entre outros aspectos. Apesar de sua enorme contribuição para a literatura brasileira, Machado de Assis não escapou da crítica identitária. Seu grande “crime” seria não denunciar a situação dos negros na época em que vivia. Segundo os defensores do identitarismo, esse “crime” é imperdoável e serve para desvalorizar todas as suas obras, colocando-o na lista de impuros, ao lado de Monteiro Lobato e outros. Essa campanha é sórdida e falsificadora, apresentando o Brasil como um país nazista. No entanto, esse país “nazista” permitiu não apenas que Machado de Assis, mas também outras figuras negras, deixassem suas marcas em nossa história e cultura. É necessário defender nossa história, nossas realizações e nossa cultura. Por fim, Joaquim Maria Machado de Assis é atacado por seu negro e brasileiro!

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