Em março de 1919 surgiu uma nova República Soviética na Europa, a revolução havia chegado à Hungria. A experiência é pouco lembrada pois durou poucos meses, mas é uma demonstração da onda revolucionária que tomou a classe operária europeia após a Revolução Russa. O seu principal dirigente, Bela Kun, depois se tornou uma figura de destaque na URSS até ser assassinado nos expurgos stalinistas. A Hungria ainda teria outra revolução derrotada no ano de 1956, essa mais lembrada por ter sido esmagada não pela direita mas pelo próprio stalinismo.
A conjuntura na Europa em 1919 era de situações revolucionárias e pré-revolucionárias. A origem de tudo foi a grande guerra imperialista que abalou toda a política europeia, mas a Revolução Bolchevique foi o que deu força aos comunistas de todo o mundo. Na Alemanha a revolução estourou em novembro de 1918 e no país vizinho, a Hungria não tardou a ser contaminada pelo fervor da maior classe operária da Europa. O império Austro-Húngaro foi derrotado na guerra, assim como a própria Alemanha o que intensificou a crise nesses países. A Hungria havia sido palco de uma enorme revolução em 1848 e agora ela retornava ao país.
A revolução começou pouco após a Alemanha quando se derrubou a monarquia estabelecendo a república, passados poucos meses a revolução radicalizada proclamou a República Soviética no dia 21 de março. Os Social Democratas tinham um grande destaque, inclusive a liderança formal do governo. Contundo dada a mobilização da classe operária quem possuía o papel de destaque em toda duração da república era o Comissário de Relações Exteriores Bela Kun. Este havia participado da Revolução Russa e também sido amigo do próprio Lênin. Os russos haviam mostrado o caminho e a classe operária facilmente tomou o poder. Contudo o Partido Comunista não estava preparado para os desafios, o impasse na Alemanha também não ajudou. A Social Democracia Alemã assassinou Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht decapitando a revolução.
A revolução criou o seu próprio Exército Vermelho mas não conseguiu obter o mesmo sucesso que a Rússia. Em guerra com todos os vizinhos as derrotas militares se somaram, e de certa forma também fazem parte, das derrotas políticas. A segunda experiência de República Socialista Soviética do mundo falhou em poucos meses no dia 1 de agosto de 1919. Contudo a luta da classe operária nunca se dá em vão, nem mesmo nas derrotas. A Hungria mostrou para todos as nações da Europa que caso a burguesia não manobrasse muito bem a situação facilmente os comunistas poderiam tomar o poder. Foi devido a casos como esse e também das greves da Itália que a burguesia lançou mão do fascismo.
A luta dos revolucionários húngaros não pode ser menosprezada, tal qual a Comuna de Paris, eles ousaram derrubar a burguesia estabeleceram a ditadura do proletariado por um curto período e mostraram novamente ao mundo que é possível. Seus erros são importante e puderam ser analisados por Lenin e Trotski que acompanharam de perto. A guerra na Hungria alterou também os rumos da guerra imperialista contra a Rússia Soviética. A classe operária da Europa também foi o que permitiu que os russos vencessem a guerra. Tanto a Comuna de Paris, quanto as Revoluções Alemã e Húngara são importunes exemplos para se estudar a luta da classe operária. Mas ao contrário da primeira as duas últimas foram ofuscadas por um acontecimento muito mais grandioso a vitória da primeira revolução proletária da história na Rússia.
Lembre que a matéria deve ter 3 hiperlinks do DCO.https://causaoperaria.org.br/2023/hungria-apoia-plano-da-china-para-a-paz-na-ucrania/
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