Há 42 anos, o governo de Israel oficializava a anexação criminosa do território das Colinas de Golã, faixa de terra montanhosa localizada no sudoeste da Síria. O passa-moleque na comunidade internacional ocorreu em uma votação do Knesset (assembleia legislativa com sistema unicameral israelense) no dia 14 de dezembro de 1981 em uma votação de 63 a 21.
Desde a votação, as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) atribuem às Colinas de Golã o estatuto de território ocupado ilegalmente. Situação que se mantém até hoje, já que decisão de 14 dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da instituição manteve a decisão em 2019, quando o então presidente norte-americano Donald Trump reconheceu de forma unilateral a soberania de Israel sobre o território.
Para entender a situação, é necessário voltar para os anos 40, especificamente nos eventos que desencadearam a Guerra dos Seis Dias, que durou de 5 a 10 de junho de 1967. Após a criação do Estado de Israel, em 1948, os países árabes no entorno – Egito, Síria, Jordânia e Iraque – prosseguiram com a luta pela criação de um Estado palestino. O levante gerou sucessivos conflitos que escalonaram em meados de 1950.
Depois da Crise de Suez, a tensão dos países árabes e Israel aumentou em razão da instalação de governos nacionalistas na Síria e no Iraque, sem contar na criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Não demorou para o conflito sair do controle, dando uma vitória esmagadora a Israel, mesmo diante da superioridade numérica e material dos árabes, em função do ataque surpresa preventivo.
Depois dos seis dias de guerra, o Egito perdeu o domínio da Faixa de Gaza e a Península do Sinai, a Síria as Colinas de Golã, e a Jordânia teve destacado de seu território a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. A estratégia militar deu ao território judeu prestígio militar no Oriente Médio, além de ter triplicado seus domínios.
Desde então, a Síria tem realizado ações para recuperar seu território tomado à força por Israel. O mesmo ocorre com a Faixa de Gaza, que sofre um massacre na região. Para tanto, o governo sírio exige o retorno das Colinas de Golã em troca de qualquer acordo de paz com os israelenses.
A ocupação criminosa das Colinas de Golã continua até os dias de hoje e as tentativas da Síria para recuperação do território também prosseguem. Desde o início do massacre contra a Faixa de Gaza, Israel também iniciou neste ano bombardeios nas cidades de Damasco e Aleppo, na Síria.
Atualmente, cerca de 40 mil habitantes vivem nas Colinas de Golã. Metade são colonos judeus e os demais drusos e uma pequena minoria alauitas. Grande parte dos habitantes se consideram sírios.