A luta organizada dos palestinos pela libertação do jugo imperialista já data de um longo tempo e um dos episódios mais tensos e heroicos dessa luta aconteceu em 13/10/1977.
A operação comandada pela Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) sequestrou uma aeronave da companhia aérea Lufthansa que faria um percurso entre a Espanha e a Alemanha com 86 passageiros e pessoas da equipe de tripulação de voo.
A empreitada foi realizada em apoio ao grupo guerrilheiro alemão Fração do Exército Vermelho ou Baader-Meinhof e fez parte de uma série de operações durante o período que ficou conhecido como “Outono Alemão” em que o grupo comandou diversas operações de guerrilha na Alemanha.
Essas ações tinham como um dos objetivos a libertação de 11 integrantes do Baader-Meinhof que estavam presos na prisão de segurança máxima de Stammheim, em Stuttgart, dois líderes palestinos e um resgate de 15 milhões de dólares.
Semanas antes o grupo guerrilheiro havia também sequestrado Hanns-Martin Schleyer, empresário alemão ligado aos nazistas e que acabou fuzilado pelos guerrilheiros que deixaram junto ao seu corpo a seguinte mensagem: “Após 43 dias, acabamos com a existência corrupta e patética de Hanns Martin Schleyer. A luta apenas começou. Liberdade por meio da luta armada anti-imperialista.”
Em uma ação bastante vigorosa, os membros da FPLP sobrevoaram com a aeronave sequestrada durante cinco dias, passando pela Europa, Oriente Médio e África.
Precisaram pousar por diversas vezes pela falta de combustível, sendo a primeira delas no aeroporto de Roma, onde o primeiro-ministro italiano, Francesco Cossiga, foi pressionado pelas autoridades alemães a furar o pneu da aeronave, porém o premier preferiu não manter a verdadeira “batata quente” em seu território e permitiu que o avião levantasse voo.
Depois da Itália, o avião passou por diversos outros países como Bahrain, Dubai e Aden.
Ao chegar em Mogadíscio, na Somália, a aeronave foi invadida pela polícia alemã do chamado “comando anti terrorista” que matou 3 dos 4 sequestradores.
Cinco dias depois do fim do sequestro, 3 dos 4 líderes do Baader-Meinhof foram encontrados mortos em sua cela na prisão. As autoridades alemãs alegaram que se tratou de um suicídio em um claro encobrimento do homicídio provocado pelas próprias autoridades alemãs.