José Martiniano de Alencar, nascido no interior do Ceará, em 1829 é considerado um dos maiores nomes da literatura romântica do Brasil. Além de romancista, o escritor foi ainda jornalista e advogado, e também participou da política institucional no parlamento imperial.
Filho de José Martiniano de Alencar, senador do Império, Alencar mudou-se para o Rio de Janeiro ainda bastante menino e depois para São Paulo, onde estudou Direito na faculdade do Largo de São Francisco. Como político, Alencar defendeu causas bastante progressistas para sua época, como a abolição da escravidão, o direito ao voto para as mulheres e o instituto jurídico do habeas corpus, dispositivo jurídico que impede a prisão de um réu durante o desenvolvimento de seu processo.
Como escritor foi bastante influenciado pela leitura de gênios da literatura como, dentre outros, Balzac, Alexandre Dumas, Victor Hugo, Chateaubriand e Lord Byron. Em 1847, fundou a revista chamada “Ensaios Literários” por meio da qual iniciou a construção de suas obras literárias. Sua primeira obra publicada em 1856 foi o romance “Cinco Minutos” a partir do qual se seguiu uma vasta obra deixada pelo autor, morto aos 48 anos de idade.
Expoente dos escritores da primeira geração romântica no Brasil (1836 – 1852), cuja característica principal das obras eram a exaltação do nacionalismo brasileiro e do heroísmo da figura do índio, as principais obras de José de Alencar foram “O Guarani”, “Iracema” e “Ubirajara”, trabalhos que exaltavam esses aspectos peculiares do início do romantismo.
De tudo o que produziu, sua obra mais marcante, sem dúvida alguma, foi “O Guarani”, publicada em folhetins, em 1857.
Pioneira, a obra “O Guarani” apontou o índio brasileiro como uma figura central na formação do povo brasileiro, contribuindo imensamente para a criação de uma personalidade própria a um povo que havia acabado de se tornar independente do seu colonizador, no caso, Portugal.
Infelizmente, em tempos de verdadeira destruição cultural provocada pela política identitária, a principal obra de José de Alencar vem sendo duramente atacada pelos bárbaros identitários.
Recentemente a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes, baseada na obra de Alencar, foi apresentada no Theatro Municipal de São Paulo com uma “releitura” produzida pelo índio do PSDB, Ailton Krenak.
A “releitura” de Krenak conseguiu aniquilar o espírito da obra, entregando no principal palco do País, uma verdadeira esculhambação da cultura nacional.
Além da apresentação do Theatro Municipal, também é preciso destacar que a Universidade de São Paulo (USP) anunciou a abolição de “autores homens” em sua lista de obras exigidas para o vestibular do próximo ano, em mais uma verdadeira sabotagem contra os grandes cânones da literatura brasileira.
É preciso, urgentemente, defender a riqueza cultural produzida por brasileiros como José de Alencar contra os ataques deflagrados pelo imperialismo por meio da cultura identitária.