A cobertura imperialista da guerra na Ucrânia busca, além de ocultar os verdadeiros agentes da guerra: a OTAN e os EUA, ocultar seus verdadeiros objetivos nefastos.
Blumenthal denunciou que por debaixo dos panos, o próprio presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, estava dirigindo uma verdadeira operação para vender o país. Nos últimos meses, ele proibiu mais de dez partidos políticos (incluindo o principal bloco de oposição), tornou os sindicatos ilegais, proibiu a língua, a música e a cultura russas e proclamou seu país aberto para negócios para investidores ocidentais. Ou seja, colocou na ilegalidade aqueles que contrários a intervenção estrangeira, seja para financiar a guerra ou para comprar os patrimônios do país, e abriu as pernas para o imperialismo.
Mesmo com inúmeras histórias de agressões rusas, pouco se diz sobre o que de fato é feito na Ucrânia e como a névoa da guerra é utilizada para os grandes benefícios do imperialismo. Nesta semana, no último podcast MintCast, a apresentadora Mnar Adley se juntou com o jornalista Marx Blumenthal, editor-chefe do The Grayzone, para discutir Zelenski, a guerra e as consequências para a Europa. Confira o podcast aqui.
Zelenski é apresentado como figura heroica no Ocidente, mas conforme comentado no podcast, ele também reprimiu todas as formas de dissidência na Ucrânia, até mesmo agindo contra grupos religiosos que ele considera não serem suficientemente leais ao seu governo.
“Eles estão reunindo padres em Kherson enquanto falamos, junto com membros da seita ultraortodoxa judaica, Chabad, para ficar em Kherson e cuidar de seu povo, quando, na verdade, era um território dos russos antes da retirada russa”, disse Blumenthal.
Como se não bastasse, é claro, enquanto milhões de homens ucranianos estão sujeitos a serem convocados para o serviço militar, outros esperam com medo de serem alvos do governo. O podcast levanta denúncias sobre listas de mortes que circulam online e notícias sobre os últimos políticos presos se espalham nas redes sociais.
Blumenthal denunciou o que descreveu como “regime de desaparecimentos, assassinatos, torturas e prisões de toda a oposição de Zelensky, incluindo seu oponente mais popular e proeminente, o líder do Partido dos Patriotas Ucranianos, Viktor Medvedchuk”.
Adley e Blumenthal comparam o regime de Zelenki com o de Pinochet no Chile, mostrando seu lado mais obscuro. Pinochet usou uma violência avassaladora como tática para impor medidas econômicas – para enriquecer seus apoiadores ocidentais – medidas que a população não teria aceitado de outra forma. Zelenski, no que lhe concerne, está tentando passar por ondas de privatizações para revolucionar a economia ucraniana. Conforme o podcast, ao mesmo tempo, em que voava para a Bolsa de Valores de Nova York e proclamava que a Ucrânia oferece a melhor oportunidade de investimento desde a Segunda Guerra Mundial, os sindicatos foram efetivamente banidos em todo o país e comunistas e ativistas dos direitos trabalhistas foram presos.
Blumenthal descreve isso como o “estupro financeiro das participações públicas ucranianas”. E, por mais exagerado que seja o termo, está terminantemente correto.
A política do imperialismo, consciente da sua necessidade de se manter no poder, utiliza-se da guerra, da destruição e da perseguição para dominar. Perseguir povos e acabar com países é rotina para os imperialistas. Agora, seja para conquistar um importante território contra os russos e o Oriente, seja para enfraquecer e manter sobre seu controle o imperialismo europeu, eles financiam um governo fantoche e mais uma guerra contra os russos. Para piorar, o plano aqui se aproveita também da guerra para privatizar a Ucrânia e vender o país a preço de banana.
Enquanto os sindicatos e as organizações populares são perseguidas e destruídas brutalmente, os nazistas ucranianos, liderados por Zelenski, ficam livres para vender o país. Fica claro, o que acontece na Ucrânia não é uma invasão russa, mas sim uma importante jogada do imperialismo para controlar a região. Quem sofre com isso, a guerra a qualquer custo, é, em especial, a própria população ucraniana. Essa, precisa não só ver seu país dominado por nazistas estrangeiros, como também, assiste à perseguição do povo e a venda frenética de todos os patrimônios públicos para os investidores do imperialismo.
Zelenski é um golpista trajado de herói para acabar com o povo ucraniano e garantir as necessidades do imperialismo na região e no mundo. É preciso apoiar incondicionalmente a Rússia na guerra e garantir a derrubada do regime nazista na Ucrânia.