A santa inquisição democrática do regime golpista brasileiro cresce a cada dia com a proximidade das eleições. O Supremo Tribunal Federal, que se colocou acima de qualquer lei, decidiu proibir a “mentira” em todo território nacional, como também os “ataques às instituições”, em uma verdadeira onda de perseguição política. No entanto, não é apenas as “instituições democráticas” que estão agindo para defender a democracia golpista contra os trabalhadores, do seu lado estão os grandes monopólios imperialistas da internet.
No mesmo caminho agiram as principais redes sociais do mundo. A rede de Mark Zuckerberg (Facebook, Instagram e Whatsapp) decidiu banir tudo aquilo que considerasse “anti-democrático”, e mais recentemente o Twitter, considerada por muitos uma plataforma mais livre da censura decidiu lançar-se na campanha contra as chamadas “fake news” e censurar, como também derrubar sem aviso prévio contas que fossem consideradas politicamente nocivas, tanto da direita quanto da esquerda. Agora, acompanhando as demais redes, o principal monopólio de vídeos do mundo e o site mais acessado de todo o Google, o Youtube, decidiu se juntar a defesa das instituições brasileiras, sobretudo as urnas eletrônicas.
Desde que o debate das urnas eletrônicas ressurgiu com as declarações de Jair Bolsonaro e seus seguidores, o Youtube passou a se prontificar a derrubar qualquer conteúdo que tivesse conotação crítica as eleições nacionais, sobretudo envolvendo as urnas eletrônicas. Em conjunto com as demais redes, o Youtube vem notificando os usuários em sua plataforma, principalmente quando acessam vídeos relacionados ao tema, a “saber mais” sobre o quão “segura” é as urnas, segundo “especialistas”.
Como não bastasse, o Youtube vem também aplicando censura prévia notificando todos os criadores de conteúdo de que a plataforma não irá permitir qualquer alusão ao fato das eleições brasileiras e as urnas eletrônicas serem passíveis de manipulação. A própria Causa Operária TV já teve vídeo censurado sobre esta base.
Segundo o Youtube não apenas as eleições futuras, como também as do presente e de qualquer tempo passado não podem ser questionadas, tornando dessa maneira até mesmo “ilegal” para a plataforma denunciar as tradicionais fraudes eleitorais da república velha e os milhares de golpes dados pela burguesia brasileira e sobretudo pelo imperialismo em todo último período.
Para a plataforma, nenhum usuário pode gravar vídeos criticando a santa urna eletrônica. O Youtube inclusive já derrubou vídeos até mesmo de Jair Bolsonaro graças a um trecho onde o mesmo duvidava da veracidade dos resultados emitidos nas urnas eletrônicas, como foi o caso mais recente em 18 de julho. Na ocasião a plataforma declarou que “esse é um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições”.
“Desde março de 2022, removemos conteúdo com alegações falsas de que as urnas eletrônicas brasileiras foram hackeadas na eleição presidencial de 2018 e de que os votos foram adulterados. Esse é um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições”, afirmou de maneira oficial o Youtube.
Dessa maneira, no próprio Youtube aprofundou completamente a ditadura na plataforma. Por decisão do STF e acatado pela empresa, o canal da Causa Operária TV foi derrubado por motivos semelhantes, contudo pelo simples motivo de, mesmo sendo um CNPJ a parte, promover vídeos do Partido da Causa Operária que, em uma outra rede social (Twitter), fez críticas ao STF e propôs uma reforma no regime político. Tal fato já foi suficiente para o canal com mais de 100 mil inscritos e mais de uma década de conteúdo ser derrubado em todo território nacional.
Com a proximidade das eleições, a ditadura no Youtube e na internet como um todo apenas se aprofunda, acompanhando o endurecimento do regime político a ação do imperialismo que prepara uma grande golpe nas eleições presidências, por meio das urnas eletrônicas, contra Lula e todos os trabalhadores.