Nesta quinta-feira (11/08) foi iniciado o XI Congresso do Partido da Causa Operária (PCO), o evento mais importante do Partido, que tem como objetivo estabelecer discussões sobre o cenário político e como deve ser o nosso programa quanto a isso, além de eleger o Comitê Central por meio de votação dos delegados escolhidos. Além disso, o sorteio da Ação Entre Amigos “Vai pra Cuba” será feito no meio do Congresso, no dia 13/08.
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O primeiro dia foi realizado na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), no centro da cidade, e contou com a chegada das caravanas vindas do interior de São Paulo, do Rio de Janeiro e de parte de Minas Gerais. Foi realizado sobretudo o credenciamento das centenas de companheiros presentes, ou seja, registradas as suas presenças e fornecidos os crachás de identificação de cada um.
Já no segundo dia, sexta-feira (12/08), ocorreu a chegada dos companheiros de diversas outras partes do país, como da região Sul, do Nordeste e do Distrito Federal e Goiás. Desta vez, o evento ocorreu na Academia Paulista de Letras, um espaço suficientemente grande para abrigar todos os companheiros. Após a finalização do credenciamento do restante dos companheiros, houve uma pausa para o almoço e logo se iniciaram as atividades.
As centenas de camaradas, vindos de todas as regiões do Brasil, se organizaram na plateia para inicar o evento, que contou com a participação de convidados especiais, como o Comandante Robinson Farinazzo, que foi chamado a falar na abertura do Congresso: “Tenho uma admiração muito grande pelo Rui Costa Pimenta, é uma das pessoas mais sensatas desse país. O PCO é uma relevância enorme no país justamente pela coerência […] Vocês são o que sobrou de um movimento político autêntico, que está preocupado com causas sociais, com a raiz dos problemas.”
Farinazzo, ao lembrar da perseguição a qual o PCO vem sofrendo atualmente, também comenta: “O maior receio que eu tenho é calarem o PCO, é uma voz que precisa continuar. […] Sou solidário a luta de vocês […] tenho um respeito, uma admiração e uma afinidade muito grande pelas lutas de vocês.”
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Logo após isso, foi iniciado uma pequena análise da conjuntura política atual, nacional e internacional, feita pelo companheiro e presidente do PCO Rui Costa Pimenta, afirmando a importância do PCO no momento, assim como de seu programa: “Precisamos rodear nosso programa de uma vanguarda revolucionária”. Um documento com uma análise muito mais profunda da situação desde o último Congresso do partido foi distribuído para os participantes.
“O documento faz um balanço político desde o último congresso. Nosso partido esteve, se não 100% certo, pelos menos 90% certo na avaliação desses acontecimentos.”, afirmou o companheiro Rui ao iniciar sua fala, a qual englobou diversos assuntos nacionais e internacionais, de grande importância para entendermos o cenário político que antecede os atuais eventos no Brasil e no mundo: “À medida que o tempo passa, a história na cabeça das pessoas e na imprensa vai se modificando, por exemplo, dentro da esquerda a várias pessoas elogiando o Alckmin, o que não corresponde à história. Temos que ter coerência na análise dos fatos.” Vejamos a seguir alguns aspectos que foram abordados durante a fala do companheiro Rui:
A derrocada do imperialismo
A maior parte da esquerda acredita que não houve derrota no imperialismo no Afeganistão ou que essa não foi positiva para os povos oprimidos. É importante afirmar crise atual do imperialismo tem como ponto de partida o Afeganistão. Nós sempre marcamos as grandes derrotas militares do imperialismo como sendo um ponto de inflexão na situação mundial, como a derrota no Vietnã, o aprofundamento da crise de 74, a derrota no Iraque e agora a do Afeganistão. Essa última foi a pior para o imperialismo, isso porque os norte-americanos enfrentaram o povo pobre afegão, que estava pouco armado, diferentemente dos EUA, que possuem um dos maiores aparatos militares do planeta, além das tecnologias militares mais avançadas. Essa derrota marca o ponto mais baixo da derrota militar do EUA no planeta. A maneira que se deu a derrota foi um colapso total, o que demonstrou uma falta de preparo terrível.
Essa situação se mostrou extremamente problemática com a guerra da Rússia e os acontecimentos em Taiwan, que apesar de não terem um grande desenlace, tem uma importância dentro desse contexto de crise imperialista. Ainda não se tem claro porque os chineses não agiram, mas é fato que um passo importante já foi dado. Já são dois países de considerável importância que estão desafiando a dominação imperialista, e isso só acontece porque para estas nações é claro que é possível desafiar.
O levante do movimento operário
Estamos assistindo a um levante do movimento operário depois de décadas de paralisia. Hoje o cenário político demonstra a quase ausência da classe operária nesse âmbito, a qual está presente, porém não está mobilizada. Isso foi algo implantado pelos capitalistas com a política neoliberal, algo que felizmente vem se revertendo cada vez mais com a inserção da classe trabalhadora nas lutas econômicas.
Tudo indicaria que estamos nos encaminhando para uma etapa pré-revolucionária no cenário mundial. Essa é a primeira etapa de uma crise revolucionária, na qual as massas começam a se agitar, os governos e os capitalistas se enfraquecem, mas ainda não se colocou abertamente o problema do poder político. Na segunda etapa, o problema do poder é colocado de maneira imediata e prática. Estamos numa fronteira onde a crise pode se transformar numa crise pré-revolucionária se a classe operária se organizar politicamente.
A crise mundial e a esquerda
A esquerda mundial está atrelada ao imperialismo. O imperialismo está se apoderando da esquerda latino-americana, Boric, Petro, são uma espécie de PSDB ainda mais demagógico. Os trabalhadores precisam romper com o imperialismo e com essa esquerda, uma vez que o identitarismo é uma política anti-operária, é preciso combatê-la.
“Não há luta contra o fascismo sem luta contra o imperialismo”, foi uma célebre frase de Trotski citada pelo companheiro Rui. Isso significa que a política demagógica, por exemplo, dos EUA, é a favor do fascismo, não contra, e portanto é necessário que se trave uma luta contra os reais inimigos do povo.
Lula Presidente
Lula é um produto das lutas operárias, diferentemente dos candidatos da burguesia, que foram artificialmente criados para ocuparem cargos, sem nenhum tipo de história e apelo popular. Apesar da política capituladora do PT, o Lula continua sendo o candidato do povo, e portanto o único candidato capaz de mobilizar as massas e de derrotar Bolsonaro. Para isso, também é preciso tomar a iniciativa de retomar as mobilizações populares e lutar pelas causas sociais e contra a burguesia e os problemas que assolam a população atualmente.
Após este informe político, foi iniciado um debate sobre este. Diversas pessoas se inscreveram para falar, contestar ou complementar a fala do companheiro Rui.