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Contra a fome

Uma política para a CUT e os sindicatos diante do recorde de fome

A CUT, os sindicatos e toda a esquerda classista devem denunciar a armação golpista e levantar um programa real, em defesa das necessidades reais do povo trabalhador

A votação no Senado Federal, no último dia 30, que aprovou em primeiro turno por 72 votos a 1 e em segundo turno por 67 votos a 1, a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um estado de emergência no País a pretexto de viabilizar um suposto pacote social com gastos estimados em mais de R$ 41 bilhões, deixou evidente que a esquerda parlamentar não tem uma política alternativa para atender às necessidades da imensa maioria do povo diante da crise.

A esquerda legitimou que o governo, por muitos classificado como facista e único inimigo a ser derrotado (para o que deixaram de lado até mesmo o fato de que Bolsonaro é cria da direita que deu o golpe de Estado em 2016 e fraudou as eleições retirando o candidato que a maioria do povo queria votar, em 2018), aprove – de certa forma – uma situação de exceção (que pode ser “aprimorada” em favor dos seus interesses e dos interesses daqueles que representa), e distribuir – de forma ilegal (agora “legalizada”) – dinheiro para socorrer de fato os capitalistas, de forma disfarçada. Ou seja, distribuindo pequenos benefícios para a população, que no total somam bilhões que serão entregues  – principalmente – aos especuladores que são proprietários da maioria das ações da Petrobras.

Dinheiro para os tubarões capitalistas

O Senado aprovou “a toque de caixa” e quase por unanimidade (a Câmara deve votar na próxima semana) que o governo (em “regime excepcional”) possa distribuir dinheiro para caminhoneiros, taxistas e outros, que serão transferidos para os cofres dos capitalistas.

Isto em meio a uma enorme tendência a uma revolta social justamente contra a alta de preços (inflação) generalizada, principalmente dos alimentos e dos combustíveis, que está corroendo boa parte do já enxuto salário da minoria dos trabalhadores que ainda tem emprego e vencimentos regulares e da maioria (cerca de 60%) que estão presos à escravidão da “informalidade”.

A mesma burguesia e suas máfias políticas que aprovaram a entrega do petróleo e da Petrobras para os especuladores que levaram o litro da gasolina a mais de R$8 e o diesel a superar – pela primeira vez em décadas – o preço da gasolina, agora aprova a distribuição do dinheiro público, ou seja dos impostos pagos pelos trabalhadores para esses mesmos capitalistas.

Fome e “compra de voto”

Os mesmo que expropriaram bilhões dos salários nos últimos anos (só no último ano 70% dos acordos coletivos não garantiram sequer a reposição da inflação oficial) e que impuseram a famigerada “reforma trabalhista” após o golpe de Estado em 2016, fazendo crescer a forme e desemprego, agora, anunciam que vão aumentar o valor miserável do “auxílio Brasil” (substituto do Bolsa Família) para conter a revolta popular que não para de crescer.

Isso na mesma semana em que pesquisas e estudos divulgados apontaram que mais de 60% dos brasileiros consideram que não têm o mínimo suficiente para se alimentar, ou seja, 6 de cada 10 brasileiros, estão em situação de fome.

A situação chegou a um nível tão drástico que se enunciou que a fome crônica já atinge mais de 33 milhões de brasileiros e que estamos superando as gigantescas marcas de fome, do governo FHC, umas piores etapas da história do País.

Fica evidente que o conjunto da burguesia, com apoio da esquerda, aprovou ajudar o governo a usar recursos públicos não para resolver qualquer problema fundamental diante da crise, mas para tentar conter a revolta popular no momento das eleições e, é óbvio, tirar proveito eleitoral do sofrimento do povo.

O governo Bolsonaro e toda a direita que controla o Congresso Nacional, aprovou uma política de “compra de voto” disfarçada de “pacote de bondades” com “auxílios sociais” que visam claramente socorrer os capitalistas e não os trabalhadores.

A “alternativa” da terceira via

Enquanto apoia mais essa política criminosa que ajude a levar Bolsonaro para o segundo turno, a direita golpista que procura impulsionar a terceira via, procura apontar outros eixos para o debate em torno das eleições que se avizinham, para garantir a defesa dos seus próprios interesses diante da crise.

Na “política social” essa direita apoia Bolsonaro, enquanto – com apoio de algumas das principais instituições do regime golpista, como o Partido da Imprensa Golpista (PIG) e a cúpula do Judiciário – procura dar destaque às novas e requentadas denúncias de corrupção, que se dirigiram (e continuam a acontecer) neste momento,, contra Bolsonaro, mas que já mostra indícios de que poderá ser usada contra o ex-presidente Lula, como nas estapafúrdias calúnias sobre seu suposto vínculo profissional (há anos) com um contador que teria prestado serviços para o PCC ou o recente anuncio de que o “MP pede novo bloqueio de bens de Alckmin no caso Odebrecht” (O Estado de S. Paulo, 2/7/22), entre muitas outras.

Como em todo período reacionário, as denúncias em torno da corrupção são o centro da situação para a direita golpista. É o que se viu também nos últimos dias em torno da prisão ilegal (sem motivo real e sem direito à defesa), do ex-ministro da Educação Milton Rodrigues, um ultrarreacionário, defensor do ensino pago e inimigo ferrenho do ensino público. Ele foi apoiado nos seus ataques contra as universidades públicas, nos cortes de verbas da Educação, na enrolação para assinar o reajuste de 33,24% do piso salarial dos professores, devido a mais de 2 milhões de educadores, que governadores e prefeitos não querem pagar. Mas, agora, quando se trata de atacar eleitoralmente o governo, até mesmo a violação das garantias legais foi apoiada por toda a direita, pela imprensa golpista e até mesmo por setores da esquerda, ressalvadas as exceções como o PCO e o ex-presidente Lula que condenaram a prisão ilegal do ex-ministro.

Por todos os lados, a direita golpista procura ditar os rumos da política impondo questões secundárias para ocultar a dura e explosiva realidade da fome e da miséria em nosso país, ao mesmo tempo em que apoia a “compra de votos” de Bolsonaro e de toda a direita.

Buscam conter a polarização política que se expressa claramente no terreno eleitoral na oposição entre as duas principais candidaturas, de Lula e Bolsonaro. Para tanto, promovem candidatos e partidos que nada têm a propor no terrenos dos problemas efetivos do povo brasileiro.

Estão preparando a terceira etapa do golpe de Estado iniciado em 2016. Desta vez, com base em uma “luta” artificial entre os supostos corruptos e os combatentes da corrupção; imorais contra defensores da moralidade, etc.

Falta um programa de luta da esquerda

As duas alas da direita querem desviar os trabalhadores e suas organizações da luta real, por suas reivindicações, e conter as tendências a uma explosão de lutas e protestos que se expressa nas greves esparsas, como a dos motoristas de São Paulo, dos garis do Rio de Janeiro, paralisação dos metalúrgicos de Volta Redonda (CSN), etc.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), os sindicatos e toda a esquerda classista deve denunciar a armação golpista e levantar um programa real, que tenha como centro os problemas e necessidades reais da classe trabalhadora, que tenha entre os pontos centrais:

  • A luta contra a fome: com auxílio emergencial de no mínimo um salário mínimo para todos enquanto durar a crise
  • A luta contra o desemprego, redução da jornada para 35 horas semanais, sem redução dos salários
  • Contra o roubo dos salários, reposição das perdas salariais, 50% de reajuste de todos os salários e/ou gatilho salarial, a cada três meses ou quando a inflação alcançar 3%
  • Pelo fim das privatizações, controle dos trabalhadores sobre as estatais, cancelamentos das já realizadas

Expropriar os bancos, grandes empresas e latifúndios

Por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, com Lula presidente.

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