A discussão sobre o caso Monark deixa uma lição importante: a esquerda que se juntou ao coro da imprensa capitalista condenando o apresentador do podcast Flow é refém do senso comum, do pensamento dominante na sociedade em que vivemos. E de quem são as ideias dominantes em uma determinada sociedade? Marx e Engels já explicaram: “As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes, isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante”.
Sem dúvidas, portanto, que foram os setores da esquerda que se alinharam com a Rede Globo, a revista Veja e até Bolsonaro no seu “antifascismo” de fachada, que adotaram as posições da burguesia, e não o contrário. É, sem tirar nem pôr, uma esquerda “Maria vai com a Globo”.
Deixemos de lado um outro defeito grave comum à maioria dos que saíram disparando que o apresentador do Flow teria “defendido o nazismo” ou mesmo “proposto a criação de um partido nazista”: a incapacidade de interpretação de texto.
Que diz o senso comum? O nazismo é uma coisa má. Certo, sem dúvida. O regime de Hitler foi uma coisa pavorosa. Daí que toda uma parcela da esquerda pequeno-burguesa tenha deitado fora a defesa da liberdade de expressão são outros quinhentos. É essa a única discussão relevante. O PCO é contra que uma pessoa seja perseguida ou processada por ter uma opinião. A esquerda “Maria vai com a Globo”, não. Colocou-se a reboque do que há de mais direitista e contrarrevolucionário no regime político burguês.