Nós da Corrente Sindical Nacional Causa Operária (CSNCO), publicamos, na última semana, 20 mil exemplares do Boletim CAUSA OPERÁRIA, contendo o Balanço da Conferência Sindical Nacional, que realizamos nos dias 15 e 16 passados, a Conferência Sindical Vermelha, que contou com a participação de dezenas de ativistas e dirigentes sindicais do PCO, da esquerda PT e de outros setores do Bloco Vermelho.
O Boletim traz o programa aprovado no Encontro. Um programa que contempla as principais reivindicações dos trabalhadores diante do avanço da crise capitalista no Brasil e em todo o mundo. Bem como uma posição independente da burguesia diante da crise política e das eleições presidenciais que polarizam o País ao longo deste ano: a defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como parte da luta por um governo dos trabalhadores e pela mobilização revolucionária dos trabalhadores pela sua conquista.
Uma questão decisiva
A CSNCO e o Bloco Vermelho, compreende que a Central Única dos Trabalhadores (onde militam) é a principal organização de massas do país, abrigando mais de 4 mil sindicatos e representando mais de 22 milhões de trabalhadores em suas bases, e tem importância decisiva na luta da classe trabalhadora brasileira, justamente, por ser um resultado direto do maior ascenso da classe operária de todos os tempos, das suas lutas na década de 80.
Por conta disso, é imprescindível que a CUT não só participe da campanha por Lula Presidente, mas sim protagonize a luta para garantir a eleição do ex-presidente, uma questão decisiva para todo o movimento operário e esquerda neste ano.
A presença da CUT na mobilização não representa somente uma mudança quantitativa. É, também, uma mudança qualitativa na medida em que pode transformar a luta pela eleição de Lula em um movimento social de massas, fortalecendo ainda mais os laços de Lula com os trabalhadores do País, com a possibilidade de transformar, no caso de vitória, seu futuro governo em um governo submetido ao controle pelos trabalhadores.
Isso se dá por conta de que a eleição de Lula, nas condições atuais, Lula só será eleito – impondo uma derrota à direita e ao regime golpista – por meio de uma ampla mobilização nacional das massas, que derrote os planos da burguesia de derrotar Lula e o povo e seguir aprofundando o regime golpista e seus ataques contra os trabalhadores.
Essa necessária mobilização pode dar aos trabalhadores e suas organizações um significativo aumento do moral político, ou seja, mudar a correlação de forças em favor dos trabalhadores.
A experiência pode mostrar, uma vez mais, para milhões, que o povo nas ruas pode golpear profundamente a ordem burguesa vigente e deter a ofensiva da direita contra suas condições de vida.
Comitês de Luta
Para impulsionar essa perspectiva classista, a CSNCO defende a formação de milhares de comitês de luta por todo o País, o que vai reforçar – e muito – o nível de organização atual dos explorados.
Somando a organização ao moral elevado, poderemos ter uma situação em que qualquer decisão importante por parte do governo Lula será acompanhada de perto pelos trabalhadores, tornando difícil que a burguesia aplique um novo golpe, como busca fazer pelas mais diversas formas, como no caso da campanha para que Lula tenha um vice golpista e neoliberal, como Geraldo Alckmin.
Se o povo estiver desmobilizado, por outro lado, a burguesia não encontrará grandes reações organizadas e os trabalhadores, então, estarão muito mais suscetíveis à repressão.
E uma coisa é certa: pelo exemplo de nossos vizinhos na América Latina, está evidente que o imperialismo não permitirá, sem reações e tentativas de golpe, a ascensão de um governo nacionalista ou da esquerda ao poder.
Porque um Congresso
É precisamente daí que surge a necessidade pungente de um Congresso Nacional extraordinário da CUT, com milhares de delegados de base. Trata-se da oportunidade para organizar os trabalhadores e sua tendência à mobilização para pôr um fim definitivo ao processo golpista que assola o Brasil há anos. E a urgência disso está cada vez mais clara com o avanço da pandemia.
Nos últimos, os trabalhadores sofreram perdas gigantescas no que diz respeito aos seus direitos, condições de vida e de trabalho, com o País batendo recordes de fome, miséria e desemprego. Além disso, mais de 630 mil brasileiros morreram em decorrência da falta de medidas reais de combate à pandemia.
Essa situação é produto do golpe de Estado de 2016. É a demonstração do que a política neoliberal imposta pelo imperialismo sobre o Brasil pode fazer. Sem uma derrota da direita, a situação só tende a piorar.
Se a luta pela candidatura de Lula é a única possibilidade de reverter este quadro e frear o saque do imperialismo, é preciso voltar todos os nossos esforços para mobilizar pela sua vitória.
A CUT, sendo a principal dessas organizações em âmbito nacional, deve liderar essa luta como principal arma dos trabalhadores. Para organizar essa luta, um congresso exclusivo, com ampla participação das bases é fundamental.
Trata-se também de dar um enorme empurrão nas costas da esquerda nacional que, até o momento, continua com o rabo entre as pernas, e – a exceção do PCO e do próprio partido de Lula, o PT – não se manifestou a favor da unidade da esquerda em torno de Lula e vem adotando uma absurda política de chantagens e exigências descabidas contra o PT e toda a esquerda.