─ Sputnik News ─ Novas diretrizes da União Europeia (UE) revelam que ela “suavizou sua postura” sobre a importação de gás natural da Rússia, relatou na segunda-feira (16) a agência norte-americana Bloomberg.
Segundo a Bloomberg, os novos regulamentos permitem que dezenas de empresas europeias, que abriram contas no Gazprombank nas últimas semanas, continuem fazendo negócios com a empresa russa, o que marca uma grande virada da insistência anterior da UE de que qualquer pagamento feito através de tal mecanismo violaria as sanções antirrussas.
As novas diretrizes “não impedem os operadores econômicos de abrir uma conta bancária em um banco designado para pagamentos devidos sob contratos de fornecimento de gás natural em estado gasoso, na moeda especificada nesses contratos”, mas estipulam que “os operadores devem fazer uma declaração clara de que pretendem cumprir suas obrigações sob contratos existentes e considerar suas obrigações contratuais com relação ao pagamento já cumprido, pagando em euros ou dólares, em linha com os contratos existentes”.
Isso implica que a Europa pretende deixar para a Rússia a conversão de euros ou dólares em rublos exigida pelos novos regulamentos russos implementados em resposta às sanções econômicas ocidentais.
A gigante italiana energética Eni SpA expressou a intenção de abrir contas tanto em rublos quanto em euros com o Gazprombank até quarta-feira (16) para manter o fornecimento de gás, o mesmo acontecendo com a Uniper SE, da Alemanha, e a OMV AG, da Áustria.
Em declarações à Sputnik, o economista Jack Rasmus citou a escassez de navios modernos de gás natural liquefeito (GNL), a falta de portos de águas profundas na Europa necessários para acomodá-los e temores pela Rede Nacional do Reino Unido de que poderá ser sobrecarregada por suprimentos destinados à Europa como razões para acreditar que atualmente “não há nenhuma maneira de aumentar o fluxo de gás”.
Rasmus concluiu que “ao contrário do petróleo russo, eles [a Europa] não conseguem encontrar fontes alternativas para o gás russo”. Assim, a UE pode deixar de importar petróleo a partir do final de 2022, mas o gás russo continuará sendo imprescindível nos próximos “dois a cinco” anos.