Lançar uma candidatura em 2022 está se demonstrando uma verdadeira batalha contra o sistema. O que era para ser uma ação cívica simples de “exercício da cidadania” se tornou mais um dos périplos burocráticos do Estado nacional brasileiro, em que para que o seu nome apareça nas urnas, há de se travar uma enorme batalha contra as inúmeras instâncias e tribunais do sistema eleitoral, que trabalham integralmente contra o seu direito de ser votado. Para o brasileiro resta apenas votar, e em quem a imprensa quiser que se vote.
Poderíamos destacar para ilustrar essa dura realidade das eleições presidenciais deste ano vários exemplos do nosso próprio partido, onde foram revirados os históricos criminais e documentais de diversos nossos candidatos até que fosse encontrada alguma coisa que pudesse ser apresentada para inutilizar o nome do candidato que almeja aparecer nas urnas, mas não precisamos dar o nosso exemplo para isso, afinal, a coisa está tão feia que temos até candidaturas da burguesia para mostrar que estamos com poucos direitos garantidos.
Dois casos dignos de nota nestas eleições são os do deputado Daniel Silveira, que foi condenado arbitrariamente pelo STF por “ataques à democracia”, crime que não existe, e que o deputado não cometeu, visto que tudo o que fez foi falar, fazer política, cumprir a função que a ele foi atribuída pelo povo quando foi eleito deputado, e o caso do presidente do PTB, Roberto Jefferson, que foi condenado no processo do “mensalão”. Os dois políticos da direita, apesar da condenação formal, não deveriam ter seus direitos cassados, ainda mais quando levamos em consideração que ambas as condenações têm um caráter arbitrário. Tanto no caso Daniel Silveira, que teve uma condenação política e arbitrária pelo STF, quanto no caso Jefferson, que apesar de um notório pistoleiro da política, foi condenado no processo farsa do “mensalão”.
O programa do PCO é contra que o Estado burguês escolha quem pode e quem não pode ser votado. Isso porque quem deve decidir quem vai e quem não vai ao Planalto é o povo, que vota nos candidatos. Sendo assim, qualquer um, seja corrupto ou não, condenado ou não, deveria ter o direito de concorrer nas eleições e ser votado pela população. Esse é um aspecto do verdadeiro programa democrático, que prevê que o povo tenha de fato a palavra final e seja soberano na tomada de decisões políticas.