Na manhã do último dia 21, segunda-feira, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), sob ordens do Governo do Distrito Federal, do governador reeleito Ibaneis Rocha (MDB), executou uma desocupação violenta de uma casa ocupada por mulheres na Região Administrativa do Guará.
A casa na cidade satélite do DF foi ocupada em 24 de outubro de 2022 para se tornar um centro de referência para mulheres vítimas de violência. No dia 25 de outubro, a casa recebeu a primeira notificação extrajudicial exigindo a desocupação do imóvel público que, embora tenha destinação social, estava desocupado há 12 anos.
Na ação, a polícia usou spray de pimenta, uma pessoa foi atropelada pelo carro da Administração Regional do Guará e uma das organizadoras do movimento Olga Benário e da Casa de Referência Ieda Santos Delgado, Thaís Oliveira, chegou a ser detida e levada pela polícia para a Delegacia.
O movimento denuncia que a polícia invadiu a casa, sem nenhum tipo de mandato policial, após várias ameaças durante a última semana feitas pelo administrador do Guará, Roberto Nobre da Silva. Objetos pessoais que estavam na casa foram levados sem a presença das mulheres que ocupavam o local.
A situação de violência contra as mulheres no Brasil é grave. Ao invés de investir em políticas públicas de proteção às mulheres como casas abrigo, alternativas para emancipação econômica das mulheres etc., o Estado, e mesmo alguns setores do movimento de mulheres, têm procurado aumentar a política punitivista e de repressão do Estado. Enquanto iniciativas como as de Casas de Referência e apoio às vítimas de violência são atacadas por esse mesmo Estado.
O governador Ibaneis Rocha, reeleito em uma campanha com grande propaganda das políticas sociais, não tem compromisso com as necessidades das mulheres. Seu governo investe na repressão, já fala em concurso para PM, instalou as chamadas escolas “cívicos-militares” no DF e é um seguidor do bolsonarismo na capital. Advogado ligado à especulação imobiliária governa para os ricos e destrói a capital federal.
O Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo manifesta seu apoio ao movimento Olga Benário do DF e do resto do País, onde tem outras ocupações e pode novamente sofrer com despejos e ações violentas da polícia.
É necessário expandir os Centros de Referência, atendimento e acolhimento de mulheres e todas as iniciativas nesse sentido devem ser estimuladas e apoiadas.