A campanha de Lula está sendo marcada por uma babaquice sem tamanho, com discursos esquerdistas de meia tigela, campanha do amor e aquele senso de humor insuportável, onde a pequena-burguesia da Vila Madalena faz piadas não para arrancar risos do trabalhador, mas para bater palmas com os coleguinhas de botequim moderninho. Uma dessas “piadinhas” é a tristemente “imortalizada” em um episódio de entrevero com Bolsonaro, o “tchutchuca do centrão”.
Esse bordão foi emplacado por um jovem chamado Wilker Leão, que, na época do ocorrido, havia sido rotulado como mais um valente opositor do governo Bolsonaro. O fato é que, como já prevíamos, o tal “jovem combativo” era só mais um projeto de Mamãe Falei.
O bordão em si de certa forma já denunciava que o cidadão certamente não era nem um desses direitistas do PT, pois nunca esse tipo de pessoa iria denunciar o centrão em um momento que Lula está mais abraçado do que nunca a figuras de proa desse setor político, como Geraldo Alckmin e Márcio França. Outro fator foi a forma com a qual ele se aproximou de Bolsonaro, que era idêntica à usada por Arthur do Val, o Mamãe Falei, em suas peripécias políticas, que o renderam muitos socos e pontapés. O rapaz se aproximou gravando com o celular, e valente demais para um jovem esmilinguido tentando peitar um presidente, ex-militar, de quase um metro e noventa de altura, com toda a sua segurança privada – era nítida a intenção de causar um escândalo que o colocasse em evidência.
Ala o vaso ruim quebrando fml aleluia 🙏🙏🙏https://t.co/yk9DlLiOO8 pic.twitter.com/65SaKdfVxz
— Podcast Pró Cultura (@proculturapdc) September 8, 2022
E a esquerda caiu. Vimos em diversos jornais o feito do “valente jovem” que foi “agredido” por Bolsonaro por tentar se “manifestar” contra o presidente. A idiotização foi demasiada, e a hipocrisia foi total, visto que se o jovem tivesse feito isso com qualquer figura do PT, ele teria recebido o mesmo tratamento. A esquerda que o aplaudiu teria apoiado a sua coça, fato que já aconteceu com Mamãe Falei em oportunidades em que este tentou encher o saco de elementos do MST e do PCO, e saiu mais roxo que jabuticaba.
O rapaz, finalmente, fez jus ao seu ídolo Arthur do Val e ingressou no MBL, para a surpresa de um total de zero pessoas, fazendo assim que a esquerda tenha saído da equação tendo aplaudido um Mamãe Falei e incorporado ao seu discurso sem escrúpulo nenhum, um bordão cunhado com a política de um grupo que foi tão rechaçado, tanto pela esquerda quanto pelo bolsonarismo, e que se tornou uma espécie de ala jovem do PSDB.
Em suma, a esquerda pequeno-burguesa fez o que faz com todo meme: gastou até não poder mais, usou, usou e usou – e deu espaço para o jovem direitista. Esse foi um termo pego da direita, adotado pela paralisia da esquerda que, no fim das contas, atinge tanto a parte da mobilização, que simplesmente não acontece mais, quanto a questão da propaganda e, de certa forma, da própria campanha política da esquerda nessas eleições. A originalidade de uma campanha beneficiaria a esquerda, uma vez que seria inevitavelmente associada a ela, evidenciando que essa paralisia atinge qualquer tipo de luta ou propaganda política que poderia ser feita.