A recente defesa russa de seu território contra o imperialismo está sendo um bom teste para expor as verdadeiras posições e métodos da esquerda pequeno-burguesa perante um problema real e sério relacionado a classe trabalhadora. Alguns já haviam deixado sua posição clara durante o golpe fascista na Ucrânia em 2014, ao apoiarem as ações no Maidan e taxarem o levante como “revolução da classe oprimida”.
Ao comparar as posições da esquerda pequeno-burguesa com as posições da imprensa direitista, tanto brasileira quanto internacional, é possível ver como a primeira segue a segunda como um cachorro filhote carente de atenção: basta que algo seja manchete na Folha de São Paulo, para que as figuras pelegas da esquerda a repitam como papagaios, espalhando até mesmo as temidas e famigeradas “fake news” sobre o conflito.
Entretanto, caso alguém, por algum motivo inexplicável, ainda acredite na imprensa burguesa como um veículo confiável de informação, vale ressaltar que essa não é a única fonte de posições da esquerda: a participação dos norte-americanos também é notável.
George Soros, fundador e diretor da Open Society Foundations — Fundação imperialista que apoia e financia diversas organizações de direita e extrema-direita, utilizando isso para aumentar sua influência em outros países, como no próprio Brasil —, é também um assíduo apoiador da Ucrânia neste conflito:
“Eu testemunhei a transformação da Ucrânia de uma parte em colapso da União Soviética para uma democracia liberal e uma sociedade aberta. Enfrentou inúmeros atos de agressão russa, mas persistiu.”, afirmou Soros em um tweet.
“As ações de Putin são um ataque direto à soberania de todos os Estados que já estiveram na União Soviética e além. A Rússia claramente violou a Carta das Nações Unidas e deve ser responsabilizada”, continuou ele em sua série de postagens, “Permitir que Putin tenha sucesso em sua busca enviará uma mensagem ao mundo inteiro de que as nações podem simplesmente ser criadas ou dissolvidas pela força bruta. Devemos #FicarComAUcrânia [ficar ao lado da Ucrânia], como eles estão conosco.”
Esse discurso acaba se tornando familiar quando percebemos que esta é a mesma posição de parte da esquerda brasileira — reivindicar a suposta paz e autodeterminação dos povos. A própria Open Society em suas redes sociais e em uma nota oficial afirmou que “A Ucrânia não representa qualquer ameaça militar à Rússia, que fabricou esta crise para privar a Ucrânia do seu direito à autodeterminação e para minar a segurança e a solidariedade europeias. #FiqueComAUcrânia”.
Esse é exatamente o posicionamento da esquerda pequeno burguesa no momento. Repetindo as falas de Soros, ela ignora completamente questões fundamentais, como os ataques incessantes a Rússia, as atrocidades e características da OTAN, o governo fantoche de Zelensky, as milícias nazistas na Ucrânia, as ações contra a população do Donbass e tantos outros fatores que demonstram que a Rússia está se defendendo do imperialismo. A Ucrânia representa sim uma ameaça na medida que é tomada por um governo fantoche, recheado de soldados nazistas, mísseis e poderio nuclear, o que representa um verdadeiro barril de pólvora prestes a ser 100% controlado pelo imperialismo, logo ao lado da Rússia.
Dito isso, uma observação importante é que a Open Society é, junto com diversas outras ONGs imperialistas, uma das responsáveis por doar milhões de dólares a diversas organizações todos os anos, com uma parcela indo inclusive, direta ou indiretamente, para a esquerda pequeno-burguesa brasileira. O caso mais notório e conhecido disso é Anielle Franco, que foi contratada pela Fundação após alguns projetos — que também envolvem a Fundação Ford — relacionados ao assassinato de sua irmã. Com o objetivo de promover uma política identitária no Brasil, as organizações doaram 3 milhões de dólares ao Fundo Baobá, que trata da questão racial no Brasil.
A Open Society também é responsável pela criação da mais nova máquina de intervenção imperialista na política brasileira, a Washington Brazil Office (WBO), uma think tank norte-americana que conta com a participação 25 organizações brasileiras; como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST); o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); o Greenpeace Brasil; o Instituto Marielle Franco; o Instituto Vladimir Herzog; a APIB, etc. Além disso, também participam figuras como Sonia Guajajara (PSOL e APIB), Jean Wyllys (ex-PSOL, hoje PT), a cantora Daniela Mercury e os atores Wagner Moura e Gregório Duvivier.
Não coincidentemente, temos visto diversas dessas figuras apoiando a Ucrânia no conflito, em detrimento da Rússia. Os partidos dessas respectivas figuras, sobretudo o PSOL tem se manifestado ferozmente a favor da dita autodeterminação que, na prática, significa apoiar os EUA e sua dominação no país.
Os discursos são os mesmos. Quando os patrões norte-americanos falam, a esquerda pequeno-burguesa os repetem como papagaios. Perderam há muito a capacidade de pensar e de defender uma posição coerente e combativa da situação, tendo capitulado completamente frente à classe trabalhadora mundial. Estão a reboque do imperialismo contra a Rússia, ao lado do verdadeiro nazismo, da OTAN e contra a população da Ucrânia e de todos os países oprimidos.




