A alta na inflação do conjunto dos alimentos que compõe a cesta básica no país saltou de 2,02% para 5,27% em março e já acumula alta de mais de 21% ao ano em índices oficiais.
As razões apontadas para esse quadro dramático são várias, desde problemas climáticos como chuvas fortes no Sudeste e estiagem no Sul até o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e, claro, o motivo que mais salta aos olhos, a disparada no preço dos combustíveis, fruto da política de paridade do preço dos combustíveis ao dólar.
O conflito na Ucrânia teve um reflexo no preço do pão francês com a maior escassez do trigo, do qual ambos países são grandes exportadores. Já a inflação do óleo Diesel se reflete no preço do transporte das mercadorias, entre as quais se incluem os alimentos.
Segundo dados apresentados pelo IBGE, os produtos que apresentaram maior aumento no mês de março foram o tomate (27,22%), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), feijão (6,43%) e batata-inglesa (4,89%).
No que diz respeito ao acumulado dos 12 meses , o percentual de aumento apresentado foi, no caso do tomate (94,55%), do café (64,66%), do açúcar cristal (35,68%), da batata-inglesa (27,15%), do óleo de soja (23,75%) e da margarina (20,09%).
Nessas condições, o trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo já tem quase 60% do seu salário comprometido apenas com a compra dos itens básicos para sua alimentação. E ainda assim o salário, ao contrário dos preços, não aumenta nem mesmo para corrigir os índices inflacionários.
É diante desse cenário que as greves estouram por todo o Brasil, o arrocho salarial do trabalhador diante da inflação galopante coloca cada vez mais brasileiros perto da fila do osso.
A repulsa dos trabalhadores a essa situação vem se tornando cada vez maior e já é possível observar greves bastante organizadas e fortes como a dos metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda, a dos garis no Rio de Janeiro e a dos professores secundaristas por todo o Brasil.
A crise econômica está aprofundando cada vez mais a decadência do regime político da burguesia e é só através da organização política cada vez maior dos trabalhadores que poderemos seguir no combate de forma vitoriosa contra um sistema que funciona para matar a maior parte da população de fome, contra o golpe de Estado e contra o governo da burguesia que no Brasil hoje é encabeçado por Bolsonaro.





