Neste sábado, 13 de agosto, ocorre o 3° dia do XI Congresso do Partido da Causa Operária. Este é o evento mais importante do Partido, o qual aprova os pré-candidatos da legenda no País inteiro, põe em discussão seu programa e elege o Comitê Central do PCO.
O segundo dia do Congresso foi iniciado dando continuidade às intervenções que estavam sendo feitas desde o final do evento no dia anterior, as quais fazem parte do debate sobre o informe político feito pelo companheiro Rui Costa Pimenta, Presidente Nacional do PCO.
Dentre as intervenções, destacou-se a fala do camarada Magno, membro do Comitê de Luta Indígena de Dourados Guarani-Caiouá e pré-candidato a Governador pelo PCO no Mato Grosso do Sul.
“Eu estou aqui como uma oportunidade para mim, que abalou muito meu coração. Dói para mim vir aqui falar que nós procuramos nosso direito e nunca chegamos a um ponto de resolver o nosso problema. Nós, indígenas Guarani-Caiouá, de Dourados, somos atacados pela PM, pela Força Nacional, pela Polícia Federal […]”, afirmou Magno no início de sua fala.
Magno relatou sua situação de vida no estado, assim como a situação de sua família e de seus amigos nas mãos dos latifundiários:
“Eu deixei minha família numa casa de lona, nós não temos água, nós não temos saúde, nós não temos transporte para o hospital e esta é minha reclamação. Nós procuramos buscar recursos, nós precisamos de água, luz, moradia, educação. Em vez de ajudar, ele [o PM] vai lá e mete bala, queima casas, nos atropela de caminhonete.”
Magno, que organiza a lua de seu povo dentro do Comitê de Luta de Dourados, reconhece a importância da política do PCO e, além de denunciar a situação de seu povo, denuncia também quais são os inimigos políticos da população. Ele afirma que “Vários dos meus que morreram no Amambai, foi tudo pelo mando da Simone Tebet — então ela é uma verdadeira inimiga nossa, do Estado de Mato Grosso do Sul“.
Magno demonstra também qual a política correta, a política a ser seguida por um partido revolucionário frente às eleições burguesas:
“Aproveitando essa oportunidade, estou aqui, me candidatei. Não para me orgulhar, não para ser elogiado por todo mundo, mas sim para lutar pela melhoria dos povos indígenas Guarani-Caiouá, que estão sofrendo e que precisam de melhorias, que buscam a melhoria em várias partes. Eles batem à porta e ninguém abre, ninguém ajudou os Guarani-Caiouá. Muitos dizem que estão ajudando, mas aqui nós sofremos sede, fome.”
“Nós não temos maquinário para trabalhar na nossa roça”, continuou Magno, “inclusive, onde eu moro, eu tenho que carpir na enxada, eu tenho que suar, eu tenho que meter o braço na enxada, sendo que tem trator, tem colhedeira, tem muitas [máquinas].”
O companheiro encerrou sua fala demonstrando sua indignação com a situação atual de seu povo:
“Eu não sei falar bem, mas eu estou aqui para denunciar, para falar o que nós estamos passando. Então a minha indignação é, onde é que nós indígena Guarani-Caiouá vamos parar com esses latifundiários, com esses ataques dos fazendeiros sobre a nossa família? Inclusive, minha esposa me ligou ‘agorinha’ dizendo para mim que os fazendeiros amanheceram dando tiro para cima da minha casa. Cadê o nosso direito? Cadê o governo do estado do Mato Grosso do Sul para apoiar, para defender? Não para demarcar, mas sim para segurar esse massacre que nós estamos sofrendo sobre o nosso estado do Mato Grosso do Sul.”