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Anti-imperialismo

Delírio esquerdista: seria Lula o Boric do Brasil?

De um lado, temos um candidato apoiado e financiado pelo imperialismo. Do outro, uma figura das massas

No final de 2021, Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile. Prontamente, a esmagadora maioria da esquerda pequeno-burguesa veio a público comemorar e parabenizar a eleição de Boric, afirmando se tratar de uma nova etapa para o povo oprimido da América Latina.

Longe de ser a realidade, como apontou este Diário, a eleição de Boric representou, acima de qualquer coisa, um balde de água fria na mobilização popular chilena que, desde 2019, tomava proporções verdadeiramente revolucionárias.

Em outras palavras, Boric foi implantado pelo imperialismo para conter os ânimos do povo em relação às suas reivindicações. E foi, como o presente mostrou, o candidato modelo da política imperialista: fantasiado de esquerda, com uma agenda tão neoliberal quanto a de seus antecessores. Um papel similar ao que Boulos possui aqui no Brasil.

Entretanto, parte minoritária da esquerda pequeno-burguesa nacional, reconhecendo o caráter farsesco de Boric, não se pronunciou acerca de sua vitória eleitoral. E aqui, é importante a diferença. Não se colocaram contrários, explicando o papel de Boric. Antes, se calaram.

Agora, estes mesmos setores que pouparam esforços ao analisar a conjuntura chilena, utilizam a figura de Boric como um comparativo absolutamente demagógico em relação a Lula. Mais precisamente, afirmam que o petista representa Boric no Brasil, procurando justificar a sua política ultra-esquerdista de não apoiar a candidatura de Lula e lançar o chamado Polo Socialista Revolucionário.

O problema do imperialismo

No século XX, Lênin e Trótski, enquanto organizavam e coordenavam o Partido Bolchevique durante a Revolução Russa, se ocuparam de desenvolver a teoria do marxismo e trazê-la para o futuro. Para tal, se ocuparam do que consideravam o aspecto central de toda a sociedade capitalista: o imperialismo.

Afirmavam, portanto, que a principal luta dos comunistas, rumo à revolução socialista, deveria passar, necessariamente, pela luta contra o imperialismo. Essa é a tarefa que, até os dias de hoje, ocupa os revolucionários de todo o mundo.

Ou seja, aqueles que afirmam lutar pela emancipação dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que rejeitam, ou até mesmo desconsideram a luta contra o imperialismo, são, inevitavelmente, demagogos do mais alto grau. E é justamente esse aspecto que escancara a posição do Polo Socialista como sendo pura e simplesmente, oportunista.

Boric é o candidato do imperialismo

Tendo isso em vista, é preciso colocar Boric no local que lhe é reservado. Acima de ser um mero conciliador, um expoente qualquer da política neoliberal no Chile, Boric é o candidato do imperialismo.

Não só ideologicamente, como bem mostrou ao longo de sua campanha, atacando os governos da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua. É, acima de tudo, aliado político do imperialismo, tendo sido escolhido por este para justamente acabar com o movimento dos trabalhadores no Chile.

Não é atoa que Joe Biden, um dos maiores representantes da política imperialista no mundo, parabenizou Boric por sua vitória, afirmando que a situação do Chile era “um exemplo poderoso para a região e o mundo”. Afinal, Boric representa a política neoliberal imperialista no Chile. Não é diferente, nesse sentido, da ditadura de Pinochet. Um verdadeiro FHC chileno.

Sem contar no fato de que a popularidade de Boric despencou frente, até mesmo, às pesquisas de opinião burguesas, principalmente em decorrência da repressão brutal do governo contra manifestantes.

Lula veio do povo; Boric, de um laboratório

Lula é, de fato, um conciliador. Projeto político que pode ser observado com clareza em sua campanha para as eleições de 2022, principalmente pela adição de Alckmin à chapa do petista. Entretanto, Lula possui uma ligação concreta com as massas, tendo sido forjado pela luta sindicalista dos metalúrgicos durante a Ditadura Militar de 64 no Brasil.

Por outro lado, Boric não possui absolutamente nenhuma relação com as massas. É completamente artificial, fabricado pelo imperialismo. Não é atoa que nunca ouviu-se falar do jovem até as eleições do ano passado.

O Brasil ainda vive um golpe

Acima disso, é preciso entender o panorama político nacional em meio a um processo golpista que, há ao menos uma década, assola o País. Ou seja, toda a análise acerca da conjuntura de forças no Brasil é absolutamente dependente do golpe e de suas consequências ao movimento dos trabalhadores brasileiros.

Lula, nesse sentido, representa exatamente a luta contra o golpe. Ou melhor, a luta contra o imperialismo. Não é coincidência que ele foi preso, em 2018, pela operação Lava Jato que, atualmente, já teve todas as suas credenciais da CIA desmascaradas de maneira extensa.

Por isso, fica claro que ele é o candidato da luta contra o golpe, a última pessoa que o imperialismo pode deixar subir ao poder. Logo – e é o que estamos vendo -, a imprensa burguesa direciona toda a sua artilharia contra Lula. Mais uma comprovação de seu caráter anti-imperialista.

No fim, assim como explicou Trótski, a luta pela derrubada do imperialismo está na ordem do dia. E, no Brasil, essa luta passa justamente por Lula presidente, a única reivindicação imediata que pode, de fato, pôr um entrave fatal à investida golpista no País. E isso é algo que simplesmente não condiz, de forma alguma, com a situação de Boric.

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