O Partido da Causa Operária ratificou, no seu XI Congresso Nacional, a candidatura do companheiro Magno Souza ao governo do estado de Mato Grosso do Sul.
Magno é representante dos indígenas Guarani-Caiouá de Dourados, onde, em conjunto com outros militantes do PCO, construiu um comitê de luta para levar adiante as reivindicações daquele povo que vem sendo duramente reprimido pela Polícia Militar e pelos jagunços do latifúndio.
Durante a Análise Política da Semana, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, concedeu ao companheiro Magno um espaço para denunciar as barbaridades que ele e os índios da região vêm sofrendo, bem como o total descaso do Estado Brasileiro com relação à infraestrutura e à situação de miséria que estão vivendo.
Um dos pontos destacados por Magno é a necessidade dos índios de terem acesso à hospitais e postos de saúde, escolas, moradia dignas, saneamento básico e à tecnologia, como internet e tratores para trabalharem na terra.
Essa reivindicação concreta dos índios contrasta inteiramente com a propaganda espalhada pela esquerda pequeno-burguesa identitária, que prega que os índios devem viver isolados da civilização, intocáveis, a fim de preservar sua cultura, vivendo da terra e das tradições primitivas. Essa esquerda, por exemplo, atuou contra a construção da usina de Belo Monte, que levaria industrialização para regiões pobres, com a justificativa de que a obra estaria invadindo e devastando território indígena.
A esquerda apresenta uma visão idílica sobre os índios. Nada poderia ser mais prejudicial para eles. Ao mesmo tempo, manipulada pela burguesia e pelo imperialismo, essa esquerda propõe reivindicações estranhas às necessidades dos índios, como a derrubada de estátuas dos descobridores do País, dos colonizadores portugueses, dos bandeirantes, ou então a decretação do guarani como língua oficial. Tudo isso não passa de deturpação e escobrimento das suas verdadeiras reivindicações.
Ao mesmo tempo, parte dessa esquerda vai aos Estados Unidos, maior responsável pela situação de pobreza, miséria e submissão do Brasil, encontrar-se com o governo norte-americano para que ele intervenha nas eleições brasileiras. Tudo isso em nome de uma suposta luta contra o fascismo. E uma das representantes da esquerda brasileira nessa verdadeira traição aos interesses nacionais era Sonia Guajajara, a indígena que o PSOL usa para fingir que defende os índios. Ela participou da campanha contra Belo Monte, promovida pelo imperialismo na escalada golpista que derrubou Dilma Rousseff. Nas eleições presidenciais passadas, foi candidata a vice de Guilherme Boulos. Serve, no entanto, apenas para que a burocracia eleitoreira do PSOL faça demagogia em torno dos índios para poder se eleger e não fazer nada por suas verdadeiras reivindicações.
Por sua vez, o PCO, que não tem esperança nenhuma na eleição de seus candidatos, sabendo que as eleições não passam de um jogo de cartas marcadas, utiliza-as como plataforma de denúncias contra os inimigos do povo. Nada melhor do que o próprio povo para fazer essas denúncias, povo que sofre no dia a dia a exploração de seus inimigos de classe.
O PCO, um partido operário que luta, portanto, pela emancipação de toda a sociedade, tem a política de apresentar o maior número possível de trabalhadores da cidade e do campo, da juventude trabalhadora, das mulheres e de todos os oprimidos. Com os índios, um dos setores mais esmagados, que estão praticamente fora da sociedade, não poderia ser diferente.
E é justamente com esse intuito que o PCO integrou o companheiro Magno Souza à sua campanha. Para que ele, como candidato a governador, tenha a oportunidade de denunciar a situação miserável dos índios em todas as entrevistas, debates e comícios que for convidado, uma vez que a imprensa burguesa, apesar de todo o boicote que promove contra o PCO e os explorados, vê-se obrigada a convidar pelo menos de vez em quando todos os candidatos.
Este é o grande objetivo do PCO: denunciar para organizar. O Partido da Causa Operária não faz demagogia, tampouco utiliza as denúncias para eleger parlamentares e manter a exploração intocada.