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Como resposta a cancelamentos

Rússia pede devolução de obras emprestadas a Milão

Depois de artistas e exposições russos serem cancelados e censurados, Rússia pede devolução de obras

Como o imperialismo, através da Otan, EUA e Inglaterra, declarou guerra cultural e econômica à Rússia, o Ministério da Cultura da Rússia pediu a devolução de obras de arte emprestadas às exposições do Palazzo Reale e à Gallerie d’Italia em Milão. Essa medida afeta principalmente a exposição Grand Tour – Sonho da Itália de Veneza a Pompéia que está em andamento na Gallerie d’Italia.

As obras pertencem ao museu Hermitage de São Petersburgo. Entre elas estão obras de Tiziano, como a mulher jovem de chapéu de penas e a mulher veneziana de 500. Elas faziam parte do projeto Ano cruzado dos museus Itália-Rússia, que estavam suspensas.

O diretor do museu russo enviou carta ao diretor do Palazzo Reale, Domenico Piraina, e ao presidente da editora Skira, Maximo Vitta Zelman, explicando o motivo do pedido de devolução.

O Ministro da Cultura russa, Mikhail Piotrovsky, informa que todas as obras emprestadas e que se encontram no exterior devem ser devolvidas à Rússia. Portanto, as galerias precisam embalar e enviar as obras, e que o agente de transportes russo cuidará de tudo. Na carta o ministro diz que compreende os transtornos e pede compreensão.

O governo italiano informou que todas as iniciativas do “Ano cruzado dos museus Itália-Rússia” estão suspensas e que todas as atividades de promoção cultural de institutos e museus com a Federação Russa estão paralisadas e serão retirados todos os atos administrativos, parcerias e concessões de patrocínio.

As ações claras de tentativa de cancelamento da cultura russa são evidentes. Dias atrás a soprano Anna Netrebko foi afastada da ópera de Nova Iorque e substituída por uma ucraniana. Também a Rússia foi banida de praticamente todos os esportes, do tênis ao futebol, passando pela Fórmula 1.

Tudo isso ocorre porque a Rússia negou-se a aceitar que fosse fechado o cerco em suas fronteiras pela Otan, com a intenção de anexação da Ucrânia com bases militares como já ocorreu na Romênia, Polônia, República Checa, Romênia, Bulgária, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Lituânia e Letônia, Albânia e Croácia, Montenegro, e Macedônia do Norte.

O imperialismo quer assim liquidar todos os países que de alguma forma possam vir a assumir posição de destaque na economia ou militarmente, como é o caso da Rússia na esfera militar, a China na esfera econômica, ou mesmo o Brasil, que pela quantidade de matérias primas, produção de alimentos e uma forte indústria podem vir a atrapalhar o poder destruidor do imperialismo.

Lembremos que os países acima citados, que na verdade são todas economias atrasadas, não têm a menor chance de enfrentar o poderio financeiro e militar do imperialismo justamente por não ter completado o processo de desenvolvimento integral do capitalismo, são nações de desenvolvimento atrasado.

Então devemos nos perguntar, por que o imperialismo faz o confronto com esses países atrasados? No caso da Rússia é o poderio militar e o fato de possuírem bomba atômica, o caso da China é no campo econômico que são muito fortes e também possuem bomba atômica. E quem tem bomba atômica podem usá-las para sua defesa e isso complicaria muito para a dominação imperialista. Por isso abandonaram a disputa com a Coréia do Norte, que conseguiram desenvolver a tempo essa arma.

Os ataques do imperialismo no mundo todo são consequência da crise gigantesca do sistema capitalista, que precisa manter a acumulação de capital em escala geométrica para continuar a existir. Coisa que esse sistema demonstra não ter mais capacidade de continuar a existir, pelo fato de perderem a guerra contra o Iraque, a Síria, a Líbia e mais recentemente no Afeganistão, que foi tão humilhante quanto a perda da guerra do Vietnã.

As derrubadas de governos em todo o planeta, inclusive em praticamente toda América Latina são tentativas de manter o controle desses recursos naturais para a tentativa de sobrevivência do imperialismo. E que agora resolveram atacar o cancelamento inclusive de toda cultura de povos considerados inimigos do imperialismo, caso evidente da Rússia.

O imperialismo, pode-se dizer que está como uma fera-ferida, e portanto muito mais perigosa, está agonizando e procura qualquer coisa para se defender. Ataca, através de identitarismo, xenofobia, mulheres, gêneros e tudo que remete a unidade nacional dos países, dividindo a população para obter sucesso nos ataques cada vez mais frontais.

A saída que nos resta é pela luta de classes, trabalhadores contra o capital, por todo o sistema abaixo de uma vez por todas. A união da classe trabalhadora é a única forma possível de vencer o verdadeiro inimigo, o capitalismo, cumprindo o papel histórico de levar o mundo a um novo patamar de vida, saindo da pré história para entrar definitivamente na história da humanidade, com justiça social, de direitos e comprometimento com o sistema social produtivo infinitamente melhor.

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