─ Prensa Latina ─ “Eles têm o hábito de anunciar coisas pelo microfone e depois esquecê-las. Não nos pediram para retomar as negociações”, disse o chanceler em entrevista coletiva em Naypyidaw, Mianmar, onde está realizando uma visita de trabalho, segundo revisou o Ministério das Relações Exteriores.
Lavrov especificou que duas rodadas de negociações foram realizadas no ano passado , “depois das quais o lado dos EUA fez uma pausa e ainda estamos aguardando sua proposta de retomá-las”, detalhou.
Nesse sentido, na segunda-feira passada o presidente da nação eurasiana, Vladimir Putin, em mensagem dirigida aos participantes da décima conferência do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, lembrou que Moscou cumpre seus compromissos de controle e redução de armas em um quadro de acordos bilaterais com Washington.
A esse respeito, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou em seu discurso aos participantes da conferência que seu país está disposto a negociar “rapidamente” com a Rússia um novo quadro de controle de armas que substituirá o Start III, que expira em 2026.
No entanto, o chefe de Estado norte-americano condicionou a análise do acordo ao conflito na Ucrânia, que descreveu como “um ataque aos princípios fundamentais da ordem internacional”, ao afirmar que a Rússia deve “demonstrar a sua disponibilidade para retomar o trabalho de controlo de armas nucleares” com Washington.
Quanto ao possível processo de negociação, a Casa Branca insiste que as discussões sobre esse assunto devem incluir a China, já que “ela também tem responsabilidade como Estado com armas nucleares”.
Nesse contexto, o ministro das Relações Exteriores da Rússia sublinhou na quarta-feira que seu país assume que a China decidirá por si mesma se participará das negociações quando elas forem retomadas. “Os estadunidenses estão muito cientes de nossa posição”, concluiu.
O Start-III é atualmente o único acordo entre Moscou e Washington no campo do desarmamento nuclear.
Esse tratado estabeleceu em 2010 a redução das partes das armas estratégicas ofensivas implantadas em sete anos, de modo que a soma de foguetes balísticos intercontinentais, mísseis submarinos e bombardeiros pesados desse tipo não ultrapassasse 700.