A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, não exclui a apreensão de bens congelados de cidadãos russos no Reino Unido e sua transferência para a Ucrânia.
A medida, defendida neste domingo (3), não possui base em nenhuma legislação vigente.
“Apoio o conceito. Estamos analisando muito de perto. Na verdade, os canadenses acabaram de aprovar uma legislação. Esta é uma questão na qual estamos trabalhando em conjunto com o Ministério do Interior e o Tesouro, mas certamente concordo com o conceito. Só precisamos acertar as especificidades disso”, disse Truss aos membros do Parlamento na semana passada, conforme descreveu o jornal The Guardian no domingo (3).
A secretária de Relações Exteriores especificou que a apreensão de ativos russos congelados pelo governo do Reino Unido “provavelmente” precisaria de certa legislação para ser aprovada, mas não necessariamente.
Truss expressou apoio à ideia de que os fundos possam ser redistribuídos aos ucranianos que foram afetados negativamente pela operação militar especial da Rússia.
A Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, com o objetivo de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, após as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) pedirem ajuda para se defenderem da intensificação dos ataques ucranianos.
Segundo o Ministério da Defesa russo, somente a infraestrutura militar ucraniana está sendo visada. Moscou já reiterou, por diversas vezes, que não tem planos de ocupar o país.
Em retaliação à operação, os EUA, a União Europeia (UE) e seus aliados iniciaram a aplicação de sanções contra Moscou. Entre as medidas estão restrições econômicas às reservas internacionais russas e a suas exportações de petróleo, gás, aço e ferro.
A escalada de sanções impostas pelo Ocidente transformou a Rússia, de forma disparada, na nação mais sancionada do mundo, segundo a plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.
No total, estão em vigor 10.920 medidas restritivas contra a Rússia, segundo os cálculos do site. A quantidade é mais que o triplo das 3.637 sanções impostas pelo Ocidente ao Irã. Na sequência, aparecem a Síria (2.614), a Coreia do Norte (2.111), Belarus (1.133), a Venezuela (651) e Mianmar (567).