Na semana passada, repercutiu no Twitter e redes sociais mais uma tentativa de calar os candidatos do PCO. A companheira Lourdes Melo, candidata ao governo do estado do Piauí, denunciou a tentativa de calar sua voz no debate que houve entre os candidatos daquele estado na TV Cidade Verde, afiliado à rede SBT. A intervenção do apresentador do programa deixou claro que os candidatos não podem falar o que acham importante para os eleitores. Eles só têm autorização da emissora para falar o que a própria emissora considera relevante, nada mais.
Na sua vez de fazer uma pergunta a outro candidato, logo nas primeiras palavras foi interrompida e cobrada a fazer a escolha de um candidato e fazer a pergunta. O que ela estava elaborando não convinha à emissora, o que levou o apresentador a interromper a candidata Lourdes Melo, e ela perguntou ao apresentador se estava querendo calar. Sim, estava, não há dúvida.
Isso não é fato isolado, mas sim o padrão nas emissoras e pela própria justiça eleitoral, que procuram impedir de todas as maneiras a plena liberdade de impressão. A começar por impor uma série de condições e regras que limitam a livre expressão do que os candidatos queiram falar ao público e ao eleitor.
Os temas escolhidos variam de acordo com a vontade da emissora, o tempo de fala do candidato que tem que ser o mais curto possível para satisfazer a vontade e os interesses da emissora e da campanha, não o de explicar corretamente o que o partido e o candidato acham do tema apresentado. Tudo manipulação da informação, óbvio.
Só são chamados a participar dos programas eleitorais os candidatos dos partidos que já tem certa quantidade de parlamentares eleitos. Isso não dá espaço para que novos partidos possam expressar seu programa político e vir a interessar o ouvinte e eleitor. Só os caciques é quem tem acesso a propaganda política pelas emissoras. Os partidos menores e principalmente de esquerda não têm vez nem voz, justamente por estarem mais próximos ao que quer o povo, os trabalhadores.
Tem sido assim com os candidatos do PCO. Por muitos anos, não é chamado a participar de programas eleitorais nas TVs, nas rádios e nem é entrevistado pela imprensa burguesa imperialista.
As emissoras não convidam os candidatos do PCO para os debates, não fazem entrevistas com eles, não noticiam as suas atividades eleitorais na TV, no rádio, nos jornais, e nem na Internet.
O PCO não tem tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio porque o TSE impõe uma cláusula de barreira que só dá esse direito a meia dúzia de partidos que tenham representação parlamentar ─ a justificativa é de que o partido não tem relevância, mas como vai ter relevância se o povo não o conhece justamente porque não aparece na TV?
Essa exclusão deixa claro que não permite o partido aparecer na imprensa para esconder que existe um partido que luta ativamente pelo povo trabalhador.
A burguesia teme que um partido revolucionário como o PCO consiga influenciar milhões de pessoas, por isso faz censura contra nós. Como no caso do grotesco inquérito das “fake news”, em que o partido sofreu a perda de todas as contas de redes sociais no Twitter, YouTube, Facebook, Tik Tok, Instagram, etc. por decisão judicial sem que houvesse processo ou sentença de condenação, por pura vontade arbitrária de um juiz.
Isso fez com que o partido deixasse de informar mais de 500 mil seguidores, além de perder a monetização dos canais que reduziu significativamente a renda do partido. Se isso é sinal de democracia, o que seria então uma ditadura? Aliás, nem mesmo a ditadura de 1964 foi tão feroz em silenciar a oposição. Nunca houve o fechamento de nenhuma imprensa naquele período, que dirá tantas e de uma só vez.
Há também o caso da candidata ao governo do Tocantins, Carmem Hannud, professora da rede privada que foi demitida após informar que havia confirmado a candidatura no TSE pelo PCO.
Assim é em toda eleição, os candidatos e chapas são caçados por motivos aleatórios, as contas de campanha não são aprovadas, onde uma vez foi alegado diferença de centavos, o que mostra o grau de controle estatal na vida partidária. Tudo em nome de uma tal democracia que ninguém sabe exatamente o que é.
É uma pura fantasia de democracia, e nada de democracia de fato, sem plenos direitos de expressão, liberdade vigiada, onde o judiciário atua sem ser eleito e com mais poderes que o legislativo e o executivo juntos. Interfere nos demais poderes como se eles não existissem. Obviamente, nem o Executivo nem o legislativo e sequer os partidos políticos da esquerda denunciam absolutamente nada disso. Aceitam tudo de bom “coração”.
O judiciário deve ser eleito pelo povo, como os parlamentares do congresso e o presidente são. Isso é democrático. Que as eleições sejam de fato livres, podendo fazer campanha o ano todo e não por 40 ou 50 dias como impõe a justiça eleitoral, permitindo a campanha apenas no período determinado por ela e nas condições que ela coloca, que é com inúmeras restrições e sem amparo na lei.
A corte “Suprema” e o Senado não têm razão de existir, pois atuam como revisores dos atos do Congresso e do judiciário. Hoje o Estado burguês se esforça para tentar calar o PCO, amanhã serão os outros partidos de esquerda.