O governo golpista de Bolsonaro entra no seu quarto ano de mandato, e não deixa um pingo de dúvida do seu fracasso em realizar a tão anunciada estabilização econômica no começo do seu mandato.
De janeiro de 2019 até os dias de hoje, a inflação deu salto fenomenal, chegando a 20,6%. A produção não obteve nenhum reaquecimento, como anunciava-se; a continuação de sua queda, com o agravamento da crise devido à pandemia do Coronavírus, lançou ao desemprego um novo contingente de milhões de trabalhadores. Hoje o índice de desemprego bate números recorde, comparado somente no período famigerado governo de FHC (PSDB), de mais de 14 milhões de trabalhadores. O poder aquisitivo da população trabalhadora diminui a cada dia: enquanto os preços, que tiveram violentos aumentos, (a gasolina subiu 116%, o gás de cozinha 100,1%, e o diesel, 95,5%, o preço dos alimentos, no geral, obtiveram um aumento de 28%: o preço do milho aumentou 44,1% em 2021, o trigo 31,3%, os óleos vegetais tiveram os seus preços elevados em 65,8%, a carne 25%, café 50,24%, açúcar 47,87%) os salários dos trabalhadores continuam praticamente congelados, foram poucas as categorias de trabalhadores que, nas suas datas base, obtiveram a reposição integral da inflação, quiçá ganho real (dados do Dieese mostra que 50% dos reajustes salariais no ano de 2021 ficou abaixo da inflação e apenas 17% acima).
Enquanto que Bolsonaro e a burguesia impões maiores sacrifícios aos já espoliados trabalhadores, o governo do grande capital suga os recursos necessários para o atendimento das necessidades da população para continuar pagando, por exemplo, as “dívidas” federais, que comem algo em torno de 40% a 50% do Orçamento da União que, em 2020 cravou em R$ 1,4 trilhão, sustentando os lucros dos banqueiros, montadoras, latifundiários, empreiteiras, financiando campanhas eleitorais, etc.
Para tentar garantir uma pseudo estabilidade (na realidade assegurar a estabilidade dos ganhos do grande capital nacional e do imperialismo) o governo já queimou US$ 70 bilhões das reservas cambiais em consequências do aumento de 45% em relação à paridade o real com a moeda norte-americana.
Em nível internacional a situação não apresenta nenhuma perspectiva favorável a uma “estabilização”. Pelo contrário, o agravamento da crise econômica mundial desenvolve-se com uma perspectiva de elevação das taxas de juros nos mercados internacionais.
As reservas cambiais, não são a principal fonte de que o governo dos golpistas pretende valer-se para sustentar os seus planos econômicos. Os recursos para garantir a tal “estabilidade” dos lucros das grandes empresas terão sua origem no confisco salarial. São os trabalhadores que devem pagar a tal da “estabilidade” do grande capital. O confisco se dá através do congelamento salarial.
Os salários tiveram uma perda colossal no último ano, com a galopante inflação, produtos, como o óleo de soja, foram reajustados em 90% no mesmo período (a cesta básica chega a custar R$ 690,51 para um salário mínimo de R$ 1.200). Recentemente os governos municipais, estaduais e federal impuseram um tarifaço com o aumento nos preços dos transportes coletivos. As privatizações, que estão ocorrendo, além de demitir um contigente de trabalhadores, onera toda a população, como aconteceu, por exemplo, no Distrito Federal onde, o governador golpistas, Ibaneis Rocha (MDB), com a privatização da Companhia Elétrica de Brasília, aumentou as tarifas e a qualidade do serviço despencou.
Essa situação coloca para o movimento dos trabalhadores e o conjunto das organizações dos explorados a tarefa fundamental que é discutir, deliberar e encaminhar um plano de luta do movimento operário diante da crise. O fracasso dos sucessivos planos de ajustes do governo, não faz outra coisa que não seja reafirmar a completa incapacidade do regime político burguês em apresentar uma alternativa para superar a crise. Mais uma vez, sua única “saída” é expropriar as massas em favor do capital em crise. Não há uma alternativa real para o movimento operário que não seja lutar por um plano próprio dos explorados, que parta da necessidade de expropriar o grande capital para conter a profunda deterioração das condições de vida da maioria da população e garantir as reivindicações fundamentais dos explorados diante a crise.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a única Central de verdade no País, deve chamar, imediatamente, um Congresso, extraordinário, de todos os seus sindicatos filiados, para discutir e encaminhar uma pauta de luta para o próximo período que, tenha como pautas principais: a reposição integral das perdas salariais, reajuste salarial toda vez que a inflação chegar a 3%; estabilidade no emprego; não a terceirização; dentre outras. Organizar imediatamente, nas ruas, e nos locais de trabalho a campanha por Fora Bolsonaro e todos os golpistas; Lula Presidente. Formar comitês de luta nos locais de trabalho para barrar a ofensiva reacionária da direita golpista. Somente a luta da classe trabalhadora, independente do governo e dos patrões, poderá por em xeque a política de ataques da burguesia nacional e internacional.




