A Rede Globo e os demais setores da imprensa capitalista e golpista brasileira têm ultimamente se engajado contra medidas que eles mesmos chamam de “rígidas”, que a burocracia do Partido Comunista Chinês está usando para conter a nova onda da Covid-19 no país. Devido a ondas não tão fortes de protestos que se iniciaram lá, como os protestos em Urumqi após um trágico incêndio que ocorreu na cidade, a mídia burguesa mundial entrou em polvorosa e agora defendem abertamente os manifestantes chineses (uma maioria dos que protestam são membros da classe média, descontentes com as políticas criticáveis empregadas do governo chinês) em atos contra o governo, para tentarem derrubá-lo, algo que o imperialismo almeja.
Analisando o que ocorre na China, por exemplo, a última matéria sobre o caso no G1, ou seja, na Globo, vemos claramente o enfoque e o ângulo da matéria usados apenas para atacar o país, indo na vênia de que o país é ditatorial (como se os demais, principalmente os imperialistas, não fossem). Vê-se também a indiferença que o jornalista dessa matéria tem em relação aos lockdowns, tendo em vista toda a celeuma em torno desse problema no Brasil, em que os lockdowns eram vistos como a medida mais correta, ou então a principal para o combate ao vírus, o que levou diversos comerciantes à falência e pessoas ao desemprego, devido à maneira errada que os estados brasileiros trataram o lockdown, diferente da China. Por mais críticas e oposição a essa política que nós tenhamos, temos que dizer que lá, a campanha de Covid Zero empregada pela burocracia deu certo pelo menos.
Eles se esquecem também dos legítimos protestos dos caminhoneiros, que nasceram de forma bem semelhante aos dos chineses atualmente. Os caminhoneiros canadenses ano passado exigiam o fim de medidas restritivas tais como os chineses. Sendo mais específicos ainda, exigiam que o passaporte das vacinas não vigorasse, pois além de ser contra a liberdade de um indivíduo de não querer receber medicamento ou droga alguma no seu corpo, também prejudicaria os seus negócios, sendo que muitos caminhoneiros não queriam ser vacinados. Ou seja, o que a grande mídia quer é aumentar a propaganda negativa de um país que lhes é desafeto, ou seja desafeto do imperialismo, e tentar uma campanha golpista capturando protestos, como o que parece ocorrer agora, ou mesmo criando-os do zero, como pareceu ser o caso dos protestos em Hong Kong, ano retrasado. Aqui no Brasil, o lockdown era a única alternativa, além posteriormente da política das vacinas, que foi também jogada pra sociedade brasileira de forma rígida e também intransigente, como hoje acusam a China de o ser. É sempre a mesma campanha hipócrita.