─ RIA Novosti, tradução do DCO ─ O presidente russo, Vladimir Putin, mudou os alinhamentos geopolíticos do planeta, obrigando a Europa a pagar o gás em rublos. Leo Rowley, colunista do Multipolarista escreve sobre isso.
“Este é um evento muito importante que pode ter grandes consequências para a economia global”, sugeriu o autor.
Conforme observado no artigo, agora a União Europeia terá que comprar moeda russa do Banco Central ou na bolsa de valores, trocar rublos por ouro ou fornecer a Moscou mercadorias de sua própria produção e receber combustível em troca.
Rowley explicou que cada uma dessas formas afeta o futuro da economia mundial. Assim, a compra de moeda para metais preciosos provavelmente esgotará as reservas de ouro de Bruxelas , e a compra do rublo pelo euro na bolsa de valores fortalecerá a posição da moeda russa. Além disso, a troca entre as partes é impossível, para isso o Ocidente terá que suspender as sanções. Segundo o colunista, Moscou também não concorda em trocar rublos por dólares, que Washington costuma usar como arma.
Nesse caso, os países importadores de gás precisam buscar uma moeda intermediária para negociação. A melhor opção, diz Rowley, poderia ser o yuan. No entanto, os Estados Unidos ameaçaram punir Pequim se decidir ajudar Moscou a aliviar a pressão das sanções, lembrou o jornalista.
Segundo ele, medidas duras contra a China aumentarão drasticamente os preços das mercadorias e levarão a uma séria instabilidade nos países da UE. Isso é exatamente o que os Estados Unidos precisam para colocar as mãos nos remanescentes da soberania europeia, disse Rowley.
“No entanto, a União Européia tem a chance de abandonar o papel de vassalo americano, que desempenhou todos esses anos após a Segunda Guerra Mundial <…> Pode construir relações pacíficas e produtivas com a Rússia e a China. Até agora, o bloco é fortemente inclinando-se para o primeiro caminho, mas também se formam rachaduras na estrutura, pois cada estado tem seus próprios interesses econômicos e políticos”, concluiu o observador.
A Rússia lançou uma operação especial em 24 de fevereiro para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia . Em resposta, o Ocidente anunciou novas sanções contra Moscou, que visam principalmente o setor bancário e o fornecimento de produtos de alta tecnologia. Os apelos para reduzir a dependência dos recursos energéticos russos tornaram-se mais fortes na Europa . Muitas marcas suspenderam o trabalho na Rússia.
O Kremlin chamou esses passos de uma guerra econômica como nenhuma outra. Ao mesmo tempo, as autoridades destacaram que estão preparadas para tal cenário e continuarão a cumprir as obrigações sociais. O Banco Central está tomando medidas para estabilizar a situação do mercado de câmbio.