A suposta violência aplicada à Ucrânia nada mais é do que uma atitude de defesa, de uma iniciativa para expurgar o que há de pior na atualidade. A declaração de independência das repúblicas da região de Donbass foi uma libertação das garras do imperialismo, da OTAN. E não se trata somente disso. A Ucrânia é um país que sofre também com o domínio de um governo abertamente neonazista, implantado pelos Estados Unidos, com um golpe promovido em 2014.
Diferente do que vários setores da esquerda colocaram, aqui trata-se de uma luta anti-imperialista e que combate diretamente o nazismo no país, uma verdadeira ameaça à vida da população. E não às tropas russas.
Antes de tudo, é necessário lembrar que a Ucrânia sofreu um golpe de Estado em 2014, a partir de revoluções coloridas que permitiram ao imperialismo norte-americano colocar no poder fantoches que atuavam ao seu serviço. Essas mobilizações que resultaram no golpe contavam com a intensa participação de grupos armados nazistas. Atualmente, as forças militares ucranianas são formadas por esses mesmos grupos declarados nazistas, que utilizam da suástica, fazem saudação romana, são também antissemitas e que perseguem comunistas e antifascistas em geral. Esses grupos foram responsáveis pela morte de mais de 12 mil pessoas na região do Donbass.
As milícias do Batalhão de Azov, vinculadas ao Ministério do Interior da Ucrânia, exercem oficialmente a função de guarda nacional no país. É um grupo treinado e financiado pela CIA e cometeu diversas atrocidades como torturas, chacinas, além de perseguição contra minorias étnicas russas. A justificativa para essa quantidade gigantesca de grupos nazistas é que, no passado, um dos primeiros locais invadidos por Hitler enquanto atacava a antiga União Soviética foi a própria Ucrânia e eles existem até hoje.
Ocultando intencionalmente esse histórico, a imprensa imperialista agora retrata Putin como um grande inimigo da humanidade, como uma figura que quer fazer uma guerra a troco de nada. Vários setores da esquerda entraram nessa campanha, com absurdos exemplos em defesa de “nem EUA, nem Rússia”, o que na prática é defender os interesses dos EUA e do imperialismo.
Essa mesma esquerda, há pouquíssimo tempo, estava atacando Monark, chamando-o de nazista, simplesmente por um comentário que o mesmo teria feito e que não fazia nenhum tipo de apologia ao nazismo. Agora que temos um bom exemplo de nazismo a ser combatido, um amplo setor da esquerda novamente apóia o lado da direita.
O que Putin está fazendo é impedir que as tropas imperialistas da OTAN sejam instaladas na Ucrânia. E também está dizimando as milícias nazistas que ocupam o país há anos e ainda atuam a serviço dos Estados Unidos. E o tratamento não poderia ser outro. Contra milícias fortemente armadas, é necessário uma intervenção poderosa e sistemática para dar conta do recado.
A esquerda deve apoiar Putin e a Rússia nessa guerra contra os maiores inimigos do mundo, o imperialismo norte-americano. A declaração de independência do Donbass é um exemplo que deve ser seguido pelas nações oprimidas e tem um grande potencial de influenciar várias outras regiões. No ano passado, a vitória do Talibã no Afeganistão deixou claro a tendência de rebelião desses países diariamente atacados pelos Estados Unidos.





