Em 24 de fevereiro, a Rússia iniciou uma operação militar especial na Ucrânia. O objetivo expresso é a defesa das duas repúblicas da região do Donbass, Donetsk e Lugansk, que a Rússia reconheceu a independência e que são alvos de duros bombardeios pelo governo de Kiev e pelas milícias nazistas que fazem parte do regime desde o golpe de Estado de 2014. A Rússia falou diretamente em desnazificação e desmilitarização da Ucrânia atual.
O conflito tem um histórico. O governo fascista e fantoche de Kiev, produto do golpe de Estado dado com o apoio do imperialismo em 2014, não apenas oprimia a minoria russa da região do Donbass, como procedeu em perseguições, espancamento, assassinatos de outro setores, incluindo lideranças e organizações operárias, as milícias nazistas mataram queimadas cerca de 40 pessoas na sede dos sindicatos em Odessa em 2014. O governo de Kiev pretendia dar uma passo na sua completa submissão aos ditames do imperialismo e se integrar à OTAN, permitindo assim a criação de bases militares poderosas nas portas da Rússia. Os esforços diplomáticos do Kremlin surtiram efeito por determinado tempo, mas se esgotaram. A Rússia de Putin inverteu a ordem e deu uma cartada decisiva no imperialismo; foi levada ao ataque como único meio de se defender.
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A operação russa destruiu milhares de instalações militares e abriu corredores humanitários para a população civil fugir das milícias nazistas ucranianas, que utilizam a população civil como escudo contra as tropas russas. Boa parte das milícias nazistas estão sendo desarticuladas. Ante a ação audaciosa da Rússia, o imperialismo demonstrou fraqueza, não socorreu seu aliado ante o alerta dos russos, que se a OTAN interferisse diretamente poderia levar a um conflito direto entre as Forças Armadas russas e a Organização do Tratado do Atlântico Norte, o que poderia levar a um conflito nuclear.
A burguesia imperialista colocou em funcionamento a máquina de propaganda, promovendo uma campanha russofóbica, típica campanha racista, a imprensa russa foi perseguida e censurada no chamado Ocidente. No entanto a campanha tem se mostrado parcial, países como a China e outros apoiam moderada ou abertamente a ação russa. Parte da população mundial é favorável à Rússia, basta ver a campanha com a bandeira russa nas redes sociais.
A outra medida tomada pelo imperialismo contra a Rússia foi a guerra econômica, a imposição de duras sanções à atividade econômica internacional russa. Porém as medidas são, embora duras, parciais, porque afetam parte significativa da economia mundial, os impactos em outros países das sanções aceleram a crise capitalista. A Alemanha, por exemplo, não pode prescindir do gás, carvão e outros ativos que importa da Rússia, pois poderia levar a uma redução imediata de 5% da atividade econômica do país, o que seria uma hecatombe.
O próprio Brasil, embora com um governo capanho do imperialismo norte-americano, teve de criticar as sanções econômicas, já que impacta diretamente a nossa economia, por exemplo pela importação de fertilizantes da Rússia, que o Brasil hoje depende e que sem eles encarecerá os produtos agrícolas e pelo preço do barril de petróleo, que ao subir no mercado mundial, a Rússia é um dos maiores produtores do mundo, eleva a inflação nacional já que os acionistas querem aproveitar para lucrar o máximo.
A ação russa demonstrou claramente que o poderio do imperialismo é limitado e que já não possui as condições do passado. Um país atrasado como a Rússia sozinho conseguiu colocar todo o imperialismo na defensiva e as medidas tomadas pelo imperialismo têm efeito colateral sentido pelo mundo todo e pelo próprio imperialismo. Todo os países atrasados veem que o sistema de opressão se torna cada vez mais fraco e que o regime econômico mundial está cada vez mais débil, não demorou para que os países atrasados sigam por esse caminho e confrontem os donos do mundo como fez a Rússia e quando acontecer esses não terão poder para se manter no topo, cairão estatelados no chão.