Foi aprovado em agosto do ano passado, o projeto de lei 2.522/2015 que cria as chamadas federações partidárias. Com as novas mudanças, os partidos políticos poderão formar federações, um novo nome para as antigas coligações partidárias. A novidade agora é que os partidos permanecerão reunidos em federação por no mínimo 4 anos.
Essa manobra política, como já denunciado por este Diário, dá ao partido grande um maior poder de aglutinar as legendas menores e de explodir essas siglas. Não é uma proposta de coligação ampla com programa estratégico, é um esquema para os caciques políticos negociarem o passe individualmente de cada candidato.
Além disso os partidos menores se tornam verdadeiras mercadorias, em troca de cargos políticos, visibilidade nas eleições e de olho no fundo eleitoral, sendo assim, vão se tornar marionetes nas mãos dos velhos partidos e políticos direitistas e golpistas. Com exceção do PT, é praticamente o fim dos partidos da esquerda nacional.
Nesta quarta-feira (9), o PSB deixou as discussões para formar uma federação com PT, PCdoB e PV. Ou seja, a federação PT-PSB afundou – esse movimento entre os partidos implica que só podem lançar o mesmo número de candidatos que um partido individual pode oficializar. Logo, o PCdoB pode ser o próximo a pular fora de uma aliança com o PT ─ basta ver a atuação antipetista de Orlando Silva em São Paulo, ou então os inúmeros prefeitos fisiológicos e de direita que o partido tem espalhados pelo Brasil.
Esse recuo do PSB, que na verdade sempre foi a posição do partido, mostra que é um instrumento na mão da burguesia que não quer o PT, leia-se Lula, de jeito nenhum. Já era visível nas primeiras negociações onde o PSB colocava mil e um obstáculos e ainda pedia para o PT abdicar de algumas candidaturas principais em capitais importantes, o que a princípio seria praticamente impossível.
Perceba-se que o PSB é mais um partido da direita que se passa por “democrático” mas que trabalha com o objetivo de sabotar, impedir e derrotar a candidatura Lula. Isso mostra que esses partidos burgueses não estão interessados no PT, não querem nem fazer essa federação. A tendência é clara: isolar o PT o máximo possível.
É no mínimo curioso que o maior partido de esquerda brasileiro, que aparece bem colocado em praticamente todas as pesquisas eleitorais, seja regional ou nacional, enfrente essa rejeição. Existe uma grande pressão da burguesia também sobre os partidos da esquerda, como o PCdoB e o PSOL ─ partidos ligados e dependentes, inclusive financeiramente, da burguesia e do imperialismo. Essa pressão vai no sentido de comandá-los em um rompimento com o PT, a fim de isolar o seu maior inimigo (Lula) de qualquer aliança eleitoral, minando sua candidatura.
Diante da situação o PT deve fazer o que já deveria ter feito há muito tempo. Radicalizar o discurso contra o golpe de Estado e o imperialismo sanguessuga. Organizar uma campanha eleitoral concreta de luta e de rua, ir ao encontro com a base e a classe trabalhadora do país. Mostrar uma saída clara para a população que sofre com a carestia, desemprego e a fome no Brasil. Esse é o dever do Bloco Vermelho: unir os trabalhadores e os movimentos sociais e sindicais em torno de Lula, para transformar sua candidatura em um movimento da classe operária contra o conjunto da burguesia.





