Grupo empresarial paulista que formou a empresa aérea Gol arremata em leilão por R$25,755 milhões, nessa quinta-feira (22), a concessão do metrô de Belo Horizonte. O grupo teve apoio do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), contra a CBTU, estatal, que controlava a concessão.
O leilão teve a participação de Zema e de representante do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que segue os desígnios do atual governo golpista Bolsonaro. Zema e o representante do BNDES atuaram estruturando a operação a fim de inviabilizar a tentativa do grupo de transição que entrou com ação na Justiça para barrar o leilão, mas não conseguiu. A própria equipe de transição de governo federal pediu pela suspensão, mas o BNDES decidiu manter.
Pelo edital da concessão, a empresa Gol vai operar o serviço do metrô da capital mineira por 30 anos, que já se declarou impossibilitada de investir e vai ter ajuda milionária dos governos Zema e do caixa da União, assegurado pelo governo entreguista de Bolsonaro.
Os funcionários da CBTU entraram em greve na semana passada, mas isso também não comoveu o BNDES nas mãos de Bolsonaro e o governador Zema, que manipularam o leilão em favor da burguesia e contra a classe trabalhadora.
A empresa Gol já começa a faturar recebendo dinheiro do caixa dos dois governos, que são dinheiro público que deixa de ser usado em benefício da classe trabalhadora para socorrer a Gol a ter lucros líquidos maiores, antes mesmo de começar a explorar os trabalhadores com os preços altos das passagens e serviços ruins.
No leilão o diretor de privatização e concessão do BNDES, Fábio Abrahão, disse que o leilão de quinta-feira (22) encerra um ciclo que começou em 2019. O cliclo do entreguismo dos neoliberais que usaram a máscara da extrema-direita para iludir a classe trabalhadora e saquear mais um pouco os bens do povo brasileiro.
O ciclo que se encerra é o ciclo do transporte metroviário de BH cujo lucro ia para o caixa dos governos para investimentos na área social bem como o controle estratégico pelo Estado do transporte para que este possa ter uma porta de desenvolvimento da cidade e de favorecimento da melhoria da qualidade de vida da classe que usa o metrô, ou seja, a classe trabalhadora.
Dessa forma, Bolsonaro e Zema deixam nas mãos da burguesia mais uma estrutura de lucro e de ataque à classe trabalhadora. Os trabalhadores de Minas Gerais têm que pressionar o governo Zema a reverter a privatização do serviço, pois a burguesia só tem um objetivo: lucrar. Investir em melhoria do transporte da classe trabalhadora não faz parte do orçamento do capital privado, só o lucro entra na pauta.