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Nota oficial

PORQUE VOTAMOS NÃO NA PROPOSTA DOS BANQUEIROS

Enquanto dos banqueiros estão nadando em dinheiro, a proposta apresentada, e defendida pelas direções sindicais, de 8% é ridícula

Sindicatos de bancários realizaram assembleias em todo o país, em sua imensa maioria com participação virtual, no último dia 1º de setembro, e aprovaram, com 78,37% dos votos, a nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Pouco mais de 21% dos participantes votaram contra.

Segundo as direções sindicais, “o percentual considera os resultados apenas das entidades sindicais que utilizam a plataforma de votação eletrônica disponibilizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)“.

Não foram divulgados ainda os números de votantes, mas é evidente que houve uma baixa mobilização uma vez que a proposta não animava ninguém a votar a favor e o interesse para votar contra seria ainda menor, já que não havia qualquer proposta alternativa, de mobilização.

Denúncias apontam que, em muitas agências, os gerentes controlavam a votação em favor do acordo.

Uma mixaria

Enquanto que os banqueiros estão nadando em dinheiro (somente no ano passado obtiveram um lucro líquido de R$ 132 bi e, somente no 2º trimestre, os lucros dos quatros maiores bancos, BB, Itaú, Bradesco, Santander, foram de R$ 26,6 bi), a proposta apresentada, nesta campanha salarial, pelos banqueiros de 8% de reajuste, neste ano, e do pagamento da Inflação oficial (INPC) e apenas mais 0,5% de “ganho real” para o ano de 2023, é ridícula!

A proposta, de fato, não repõe sequer a inflação real. Segundo o IBGE, a inflação do segmento alimentos e bebidas acumula alta de 14,72% nos últimos 12 meses. E esse é o item que mais pesa no bolso dos bancários e de todos os trabalhadores.

O que os banqueiros e o governo nos impõe é a velha fórmula de sempre da burguesia: confisco e arrocho salarial por um lado e aumento criminoso dos preços dos produtos por outro.

A categoria bancária vem sofrendo ao longo dos anos um ataque brutal às suas condições de vida e, especialmente após o golpe de Estado, que já resultou em dezenas de milhares de demissões, descomissionamentos, arrocho salarial, sobrecarga de trabalho por falta de pessoal, aumento do assédio moral etc.

A proposta dos banqueiros não atende sequer às pautas de reivindicações aprovadas na Conferência Nacional dos Bancários, tais como aumento real de 5%, garantia no emprego, reajuste automático conforme a inflação, melhores condições de trabalho e, nesse sentido, nos posicionamos no sentido de que a categoria não deveria aceitar as migalhas caídas nas mesas de negociações.

Sem luta não há conquistas

A proposta rebaixada além de corresponder à voraz sede de gordos lucros, às custas do nosso trabalho e do roubo da população dos banqueiros, reflete também a falta de mobilização na categoria.

Quem não chora não mama!, diz o ditado popular. Sem mobilizar de fato a categoria, sem realizar uma grande campanha salarial, com atos, passeatas, cartazes, milhões de boletins etc. não se consegue arrancar dos banqueiros sanguessugas nada além de migalhas.

A categoria bancária, em virtude de suas características numéricas, nacional e sua natureza na economia capitalista na atual etapa, pode deslanchar um importante movimento nacional de luta, contra a política de terra arrasada dos banqueiros e seus governos. É uma máquina de guerra, mas precisa ser colocada em movimento. O que a maioria das direções sindicais vem se recusando a fazer.

Essa situação de paralisia vem se arrastando há anos e se intensificou com a pandemia, quando a maioria dos sindicatos fechou suas portas enquanto milhares de bancários continuavam trabalhando.

No final, toda a categoria sofre as consequências dessa paralisia e da política de setores das direções que procuram responsabilizar os bancários e dizer que não há condições de mobilizar.

Não por acaso, isso acontece, no momento em que a maioria dessas direções vê os banqueiros golpistas como aliados (por incrível que pareça!) e assinaram com eles (com a Febraban) um manifesto “Em defesa do Estado de Direito” quando todos sabem que eles estão entre os maiores beneficiários do golpe e, neste momento, empenhados em preparar uma nova etapa do golpe para derrotar Lula e o povo brasileiro.

Tirar as lições

A maioria da categoria, por certo, não está satisfeita com a situação.

Muitos apenas não vêm por onde mudar isso.

É preciso debater os resultados dessa política e aprender de mais essa derrota.

Nos locais de trabalho e nos sindicatos é preciso debater e tirar conclusões para reorganizar a luta na próxima etapa, começando por intensificar um trabalho de agitação e propaganda nos locais de trabalho e da organização de núcleos de Bancário em Luta em todo o País.

É preciso colocar como reivindicações centrais, além do reajuste salarial, a reposição de todas as perdas salariais, reajuste automático dos salários toda vez que a inflação atingir 3%, estabilidade no emprego, salários de ingresso de R$7 mil (que hoje deveria ser o salário mínimo do País, segundo o DIeese), fim das terceirizações, não às privatizações.

Para isso, é necessário constituir uma Frente de Luta e a criação de Comitês de Luta em todos os locais de trabalho.

Para as próximas lutas, que por certo virão, defendemos a criação de um Comando Nacional dos Bancários, eleitos pela base, para organizar as mobilizações e a greve da categoria, nacionalmente, para que essas reivindicações sejam atendidas pelos patrões. Somente a luta, nas ruas, poderá barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros.

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