Privatização

Por um plano de luta contra as privatizações dos bancos estatais

Nos bancos públicos a política de entrega dos ativos dessas empresas tem como objetivo preparar o caminho para a entrega desse patrimônio nacional

empresas estatais

Com o aprofundamento da crise capitalista em nível internacional, os países atrasados, como o Brasil, estão sendo chamados a pagar pela crise com o objetivo de salvar da bancarrota os grandes banqueiros e capitalistas dos países imperialistas. 

Além de assaltar o País com o pagamento dos juros da dívida, que consome mais de 45% do Produto Interno Bruto (PIB), a entrega do patrimônio nacional é alvo dessa rapinagem, com o objetivo de satisfazer os interesses de meia dúzia de abutres, que vivem às custas da miséria de uma grande parte da população brasileira.

Essa crise gigantesca do capitalismo tem colocado os países da América Latina, cada vez mais, sob pressão dos credores para que privatize as empresas estatais. Ou seja, que as empresas estatais sejam repassadas aos grandes capitalistas estrangeiros praticamente, na totalidade dos casos são entregues de presente, como foi o caso, por exemplo, da Companhia Vale do Rio Doce, que foi doada por apenas 0,01% do seu valor nominal.

Dessa forma, os grandes grupos capitalistas passam a controlar empresas nacionais em desembolsar praticamente nada. Ganham de graça na prática.

Desde o famigerado governo de FHC (PSDB), na década de 1990, as pressões para a entrega das empresas estatais se acentuaram bastante. Com a posse de FHC, em 1994, esse programa entreguista tem sido encaminhado como manda os países imperialistas, principalmente o norte-americano.

O atual governo, que tem a frente do Ministério da Economia um representante direto dos banqueiros nacionais e internacionais, Paulo Guedes, um neoliberal convicto, tem gasto enormes quantias em propaganda nos diversos meios de comunicação para “convencer” a população sobre as “vantagens” da venda das “estatais improdutivas”, “não lucrativas”.

No reacionário Congresso Nacional, os diversos partidos linha de frente no golpe de Estado, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, na farsa do impeachment em 2016, já aprovaram a privatização das gigantes Eletrobrás e Correios.

Nos casos de outras estatais, o governo vem comendo pelas beiradas ao se desfazer de importantes ativos dessas empresas. Na Petrobras, já doaram a sua distribuidora de combustíveis, polos de gás, gasodutos, campos de exploração de petróleo, refinarias, dentre outras.

Nos bancos públicos, a política do governo, vai no mesmo sentido, de fatiar as empresas, para logo em seguida privatizar. Tanto no Banco do Brasil, quanto na Caixa Econômica, os maiores bancos públicos do País, várias subsidiárias já foram leiloadas e, com o processo de reestruturação, que caminha a passos largos, ocorreram o fechamento de centenas de agências e dependências bancárias em todo o território nacional e a demissão em massa de milhares de trabalhadores bancários através dos famigerados Planos de Demissões “Voluntárias”.

Nos últimos anos, as entidades representativas dos trabalhadores bancários vêm promovendo campanhas de defesa dos bancos públicos. O eixo das campanhas, geralmente consiste em reivindicar o “papel social” desses bancos. Essas campanhas, até agora, não têm servido para mobilizar os funcionários, nem os trabalhadores em geral para atingir o objetivo ao qual se propõe: alertar a opinião pública sobre a importância dos bancos públicos e, é importante se fazer um balanço de tais campanhas: em primeiro lugar, as campanhas reivindicam a defesa de um papel social. Esse é um eixo muito vago, pois não explica nem mesmo, o que seria esse papel social, não explica a que classe social ou pelo menos a que segmento da sociedade deveria estar dirigida a utilização das verbas dessas entidades. Em segundo lugar, não define claramente uma proposta de verdadeira utilidade social, ou seja, não defende claramente a utilização desses bancos como polos que impulsionem o desenvolvimento social nacional: a construção de escolas, postos de saúde, moradia, facilidade no crédito para os trabalhadores etc. Enfim, as campanhas não apresentam efetivamente uma proposta de papel social, ou seja, uma proposta de utilização dos recursos desses bancos em favor dos trabalhadores e da grande maioria da população explorada.

Em terceiro, não denuncia à opinião pública, com levantamentos de dados sobre as falcatruas, manipulações de verbas, enriquecimento de latifundiários, industriais com verbas desses bancos; a utilização de verbas para “compra” de políticos, prefeitos, governadores, etc. Por último, essas campanhas não se propões, de forma efetiva, a organização dos trabalhadores dos bancos públicos conjuntamente com os trabalhadores das outras empresas estatais, não propões a formação de um Fórum único nacional de defesa de todas as estatais; não propões uma forma de outros trabalhadores e a população explorada se posicionem e participem ativamente do processo de defesa.

Conclui-se que essas campanhas têm se colocado apenas num ponto de vistas corporativo, mas sem interesse real por transforma as estatais em instrumentos de construção nacional, de contribuição efetiva à grande maioria explorada da população nacional.

Dessa forma, é necessário que os sindicatos e a CUT lancem uma campanha nacional, imediatamente, de defesa das estatais, convocar uma plenária nacional dos trabalhadores das estatais que delibere por medidas necessárias para impulsionar uma verdadeira campanha em defesa dos bancos públicos e das demais empresas estatais que estão na mira do governo golpistas Bolsonaro e do imperialismo.

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