A luta contra o golpe no Brasil atingiu um marco importantíssimo. Neste domingo (30), segundo turno das eleições de 2022, Lula foi eleito presidente do Brasil pela terceira vez com 50,90% dos votos válidos. A disputa, a mais acirrada desde o fim da Ditadura Militar, deu fim a uma campanha eleitoral, que durou cerca de 2 meses e meio, profundamente polarizada.
Desde o começo, a campanha de Lula teve como uma de suas principais diretrizes realizar amplas alianças com setores verdadeiramente reacionários da política brasileira. O principal caso sendo Geraldo Alckmin (PSB), consagrado inimigos dos trabalhadores que foi escolhido para ocupar a vaga e vice na chapa do petista.
Com o passar do tempo, mais figuras foram sendo incorporadas às fileiras de Lula, principalmente após o fim do primeiro turno das eleições, quando diversas figuras direitistas não obtiveram o desempenho que buscavam e, consequentemente, não atingiram nenhum cargo. Foi o caso de Ciro Gomes (PDT) e da principal representante da terceira via, Simone Tebet, que, lentamente, adentraram a campanha de Lula.
Finalmente, o principal objetivo desses setores não era, de forma alguma, apoiar Lula. Tanto é que a maioria, na prática, nem mesmo fez isso. Antes, buscavam sua reabilitação política já que, como foi reforçado pela primeira votação das eleições deste ano, não possuíam popularidade alguma. Lula é, para esse propósito, o candidato perfeito, já que é um dos políticos mais populares de toda a história do Brasil.
Isso ficou ainda mais claro nos casos de Marina Silva, Henrique Meirelles, Neca Setúbal, Fernando Henrique Cardoso (FHC) e outros que saíram de suas tocas, no segundo turno, para declarar voto em Lula. Ao mesmo tempo, nada fizeram para sua campanha senão atrapalhá-la.
Afinal, todos os citados anteriormente são inimigos dos trabalhadores. Servem justamente aos interesses da burguesia que, por definição, depende do massacre da classe operária simplesmente para existir. Ao invés de beneficiar Lula, afastaram setores do povo de sua candidatura, verdadeiras infiltrações que sabotaram a campanha do ex-presidente agora eleito.
No final, ficou mais do que evidente que o verdadeiro diferencial na candidatura de Lula foram os trabalhadores brasileiros. A guinada à esquerda de sua campanha, logo após o primeiro turno, levou o povo às ruas que, pintando-as de vermelho, garantiram a eleição de Lula por meio de sua própria força. Lula é uma figura que, construída pela história da luta dos oprimidos, depende da classe operária para agir e, além disso, governar.
Nesse sentido, seu novo governo deve continuar o legado de sua campanha mais recente e ter como ponto central os trabalhadores brasileiros. Nada de patrões e nada de golpistas, pois esses setores não farão nada senão parasitar Lula para, eventualmente, derrubá-lo e instaurar ainda mais um governo golpista baseado na exploração do povo pobre.
Todos os seus ministérios devem ser compostos por representantes do povo, figuras que irão, de maneira concreta, lutar pelas reivindicações dos trabalhadores em suas respectivas áreas.
Acima disso, é o povo quem deve ditar os rumos do novo governo de Lula que deve, por sua vez, utilizar a força da mobilização popular para passar por cima das decisões reacionárias do Congresso que, neste momento, está infestado pela burguesia e seus capachos bolsonaristas.
Esta é a única forma de garantir que Lula possa governar e que, mais importante, possa governar para e com a classe operária brasileira.