Com a invasão da Ucrânia pela Rússia este ano, um fator econômico entrou em cena para dificultar ainda mais a vida do imperialismo, em especial o europeu, diante da crise. Como se já não bastasse para os donos do mundo receber um soco no estômago, como foi a invasão em si, os efeitos posteriores dessa ação estão se mostrando em certa medida ainda mais explosivos do que a queda de um dos principais protetorados imperialistas no leste europeu.
A crise inflacionária é causada em grande medida pelo aumento exorbitante da energia elétrica europeia, aumento esse que surge a partir das sanções que os países da OTAN aplicaram à Rússia, principal exportadora de gás natural para a Europa, pela guerra na Ucrânia. Essas sanções causaram um verdadeiro choque na sociedade europeia. A inflação em diversos países europeus supera a do Brasil neste momento. Isso em grande medida por causa do preço do combustível e da energia. Essa é uma situação inflacionária que está totalmente fora de controle e pode ser um estopim de uma enorme crise social. A cada dia que passa a população dos países que antes eram abastecidos pelo gás russo se sente mais pressionada pelo impacto das sanções que deveriam afetar a economia russa, mas apenas se mostram destrutivas para a economia dos países que sancionam, e esse prejuízo econômico é descarregado nas costas do povo que vê a situação cada vez mais crítica em decorrência de um conflito de interesses do imperialismo com um país estrangeiro.
O mais novo sintoma da crise social europeia é a onda de mobilizações na República Tcheca. Os Tchecos tomaram as ruas contra a OTAN e a União Europeia, os protestos abrangem todos os espectros da situação política, da extrema direita ao partido comunista, e o clima é de uma revolta popular. O governo, que já quase sofreu um voto de desconfiança em decorrência da inatividade ante o aumento explosivo dos preços da energia elétrica, já acusa os manifestantes de serem ativistas pró-Rússia, e demonstra a sujeição do governo Tcheco aos desmandos da OTAN.
O que vemos hoje na República Tcheca é o que podemos ver em um futuro próximo na França, Alemanha e Inglaterra, caso o imperialismo não apresente uma saída para a situação, e o que vemos hoje é que o imperialismo se vê em um beco, sem saber como vai conseguir escapar dessa situação explosiva, que pode dar início a uma crise revolucionária em toda a Europa, no coração do imperialismo.