Os moradores da comunidade pobre Sol Nascente, no Distrito Federal, entraram em confronto com a PM durante a ação promovida pela instituição na comunidade, que visava por lá a derrubada de moradias e o despejo das pessoas.
A ação aconteceu nessa quinta-feira (24) a tarde e três construções em área de risco foram derrubadas. Segundo a polícia, a ação teria se dado devido à resistência que os moradores tiveram em abandonar suas residências na comunidade, depois que, nesse último final de semana, 20 famílias ficaram desabrigadas devido à bacia de contensão de água de chuva ter transbordado e um cidadão ter sido morto.
A operação foi realizada pela PM e a Secretaria DF Legal, além da Defesa Civil. Houve um vídeo filmado pelos moradores em que os mesmos habitantes locais responderam à ação policial com pedras. A polícia militar, órgão repressivo do Estado, alega ter derrubado três habitações com irregularidades.
O que fica evidente nesse, e em diversos outros casos parecidos, diários, que ocorrem em todo Brasil, é que o governo, ao invés de regularizar a situação destas pessoas, lhes oferecerem conjuntos habitacionais dignos de se morar, com diversos cômodos e, de acordo com as normas de habitação brasileira, a também lhes dar todo o resto que o povo precisa, não, são oferecidos ao povo – apenas o despejo e o gás lacrimogêneo da PM, bem como toda a truculência utilizada do processo. Vale destacar que o governo do Distrito Federal teria todo o apoio da população caso fosse feito o processo da maneira correta, envolvendo arquitetos, engenheiros e urbanistas nesse processo, e não a Polícia Militar, fato esse que destaca mais ainda o quanto o Estado e o governo não estão nem aí para o trabalhador, que vive em situação precária, e que, se preciso, a polícia ainda fará o papel de expulsá-lo, caso ele esteja atrapalhando.
O povo, ao invés de ser integrado e amparado, está cada vez mais sendo expulso, despejado, despedido e jogado na rua da amargura. A imprensa burguesa e falida não irá analisar o problema por esse ângulo, se dispondo somente a informar a situação como se a polícia fosse neutra nessa história, ou simplesmente um agente mediador entre população e Estado. Mas não, a polícia militar não deveria nem estar lá, e é papel do jornalismo denunciar isso, se não fosse o fato de que tudo está realmente acontecendo é proposital: deixar a população pobre e trabalhadora brasileira dessa forma.