Imprensa pró-imperialista

PIG só lembra que o Afeganistão existe quando é para falar mal

A imprensa burguesa servil ao imperialismo busca fazer crer que o Afeganistão estava melhor sob as botas dos EUA.

Nesta última quinta-feira (10/11), a imprensa burguesa divulgou amplamente um novo decreto implantado no Afeganistão, que proíbe as mulheres de entrarem em parques e academias de ginástica. 

Segundo o porta-voz do Ministério da Virtude e do Vício, responsável pelo novo decreto, Akef Mohajer, o decreto foi necessário pois a população não respeitou as ordens de segregação sexual e também porque as mulheres não usavam o hijab, conforme exigido pelas leis islâmicas e costumes do país.

Desde que o Talibã expulsou o imperialismo do Afeganistão em agosto de 2021, vimos tentativas de evolução em relação aos direitos das mulheres. É importante dizer que a imprensa burguesa e as feministas identitárias se preocupam em fazer críticas a aspectos secundários da política do Talibã em relação às mulheres, como por exemplo criticar o uso do Hijab, que finalmente muitas mulheres usam e usaram inclusive durante os 20 anos de invasão norte-americana, onde não eram obrigadas. As mulheres usam o Hijab pois o uso está baseado na sua religião, na sua fé.

Em relação aos casamentos, foi proibido o casamento não consentido, um avanço importante, segundo o decreto: “Uma mulher não é uma propriedade, mas um ser humano nobre e livre; ninguém pode dá-la a ninguém em troca de paz (…) ou para acabar com a animosidade”

Inicialmente em relação a frequentar escolas, o governo Talibã anunciou  que as mulheres poderiam voltar às universidades, o que começou a acontecer, no entanto as mulheres puderam voltar às universidades públicas, as privadas não aceitaram. 

Em relação ao ensino fundamental e médio, as meninas ainda estão proibidas de frequentar as escolas, pois segundo o governo, é necessário montar uma estrutura que combine os estudos e os costumes Islâmicos, que por exemplo, precisa ser de classes separadas por sexo e professoras mulheres. 

Outra questão que torna mais complicada a evolução das questões das mulheres no Afeganistão e que a imprensa burguesa não aborda, é que o Afeganistão é um país extremamente atrasado, cujo governo é baseado, pelo atraso econômico, em uma forma da religião que é extremamente reacionária , proporcionalmente ao desenvolvimento do país, e que foi implantada com a larga colaboração do próprio imperialismo norte-americana. Quando o feitiço se virou contra o feiticeiro, os EUA trataram de invadir o país a fim de “promover a paz”.

Essa paz nunca existiu com a invasão, pelo contrário, o que o imperialismo fez foi destruir o Afeganistão e, mesmo agora que foram expulsos, continuam a torturar as mulheres afegãs, pois o dinheiro do Afeganistão foi bloqueado e a população está passando fome. Além disso, nestes 20 anos que o imperialismo ficou por lá, as mulheres também não puderam estudar. Cerca de 80% da população é analfabeta e conta com escolas que não possuem sequer estrutura física, com prédios sem paredes, muitas vezes sem estrutura física nenhuma.

Nos mais de 300.000 bombardeios, 43% das vítimas foram de mulheres. Cerca de 70% das crianças afegãs são subnutridas, isso segundo dados da ONG Human Rights Watch. A grande maioria das crianças afegãs não podem estudar simplesmente porque precisam ajudar os pais no trabalho, tamanha a pobreza do país, um dos mais pobres do mundo.

Por mais vagarosa que seja a evolução das mulheres no Afeganistão, é preciso dizer que, nestes 20 anos de invasão do imperialismo, elas não tiveram chance nenhuma, pelo contrário, foram violentadas por ele, literalmente falando também. Agora, as mulheres têm chance de lutar de verdade pelos seus direitos, e pelos motivos alegados pelo governo Talibã para proibir as mulheres de frequentar parques e academias, parece que tem muitos homens que concordam, pois pelo que parece, os homens também não estão cumprindo os costumes e estão frequentando os espaços  junto com as mulheres. A janela para o avanço está aberta no Afeganistão.

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