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Caso Monark

“Pessoas muito poderosas querem acabar comigo”

Repercussão de fala sobre nazismo não foi casual. Há interesses grandes por detrás da perseguição ao ex-apresentador do Flow

Nas últimas duas semanas o debate nas redes sociais girou em torno da polêmica levantada pelo apresentador Bruno Aioub, conhecido como Monark, a respeito da legalidade da criação de um partido nazista no Brasil.

No dia 7 de fevereiro, quando entrevistava os deputados Tabata Amaral e Kim Kataguiri, ele expressou a opinião de que se um grupo de nazistas quisesse formar um partido eles deveriam ter direito e completou dizendo que as pessoas têm direito de serem “idiotas”.

Essa fala deu lugar a um linchamento moral e perseguição ao apresentador do Flow podcast, acusado de defender o nazismo tanto pela imprensa capitalista quanto pela esquerda pequeno-burguesa, influenciada ideologicamente e financiada pelo imperialismo.

O apresentador foi obrigado a vender sua parte nos estúdios Flow e abandonar o programa que ele mesmo criou, sob pressão dos patrocinadores.

E não pára por aí. Monark pretendia abrir outro canal no YouTube para continuar seu trabalho, mas a plataforma pertencente ao Google impediu a monetização do seu canal ou de qualquer canal em que ele participasse, como maneira de evitar que ele burle a proibição.

Aioub fez um vídeo em que pedia ajuda aos internautas, considerou a punição desproporcional e disse que pessoas muito poderosas querem acabar com ele.

E ele não está errado.

Interesses poderosos

Ninguém se pergunta por que uma simples fala de Monark, não muito diferente de outras coisas que ele já havia dito, levou a uma operação para destruí-lo completamente, bem como ao próprio Flow?

É preciso destacar um fato importante que passou despercebido em toda a história. 

Há pouco tempo o Flow tinha assinado um contrato com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) para realizar a transmissão exclusiva do campeonato carioca em 2022, que na TV aberta é transmitida pela Record Rio. A transmissão dos jogos é altamente lucrativa e tem influência até mesmo sobre o horário em que são realizados. Após o escândalo, a Ferj rompeu o contrato com o Flow, assim como vários patrocinadores, mesmo após a saída de Monark.

Se considerarmos ainda que o Flow é o maio podcast do país, é evidente que sua posição sobre a hipotética formação de um partido nazista foi apenas um pretexto para um ataque geral ao canal e uma tentativa de destruí-lo.

E por trás disso só podem estar os monopólios da imprensa capitalista, que vêm perdendo audiência para os canais no YouTube, mas que não perderam seu poder, que eles mantêm sobre a base da força econômica. Só por interesse desses monopólios um caso banal como esse poderia ter dado tal repercussão. Monark  o Flow foram apenas mais uma vítima dos monopólios, que não permitem, e por isso esmagam, toda concorrência que possa ameaçá-los.

“Liberdade de expressão morreu”

O mais preocupante nessa história não é simplesmente que a liberdade de expressão vem sendo paulatinamente destruída no Brasil, mas que setores da própria esquerda apoiam essa destruição.

Esses setores abandonaram a defesa dos direitos democráticos em nome de um abstrato combate ao nazismo, dado que não há nenhum pedido de legalização de um partido como este.

Adotando as teorias do direitista Karl Popper, parte da esquerda defende na prática a censura e a restrição dos direitos, tudo em nome da defesa da democracia. Mas não foi justamente sob o pretexto de “salvar”a democracia supostamente ameaçada pelo comunismo que os militares deram o golpe em 1964? É preciso aprender com a história.

Monark fez apenas uma consideração sobre uma lei que hoje não permite a legalização de tais partidos, nem o uso ostensivo da suástica e outros símbolos que remetam ao nazismo.

Isso de forma nenhuma implica em apoio às ideias nazistas ou à própria legalização. O apresentador apenas defendeu que um direito deveria existir seja para quem for. 

Massacrado por emitir uma opinião, Monark chegou à conclusão que a esquerda já deveria ter chegado e que deveríamos estar lutando para combater, não para reforçar: “Liberdade de expressão morreu”, disse ele.

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